Brasil e países africanos discutem ações contra a insegurança alimentar

Reunião bilateral com o Presidente da República do Congo, Denis Sassou N’guesso - Foto: Ricardo Stuckert/PR

Tema foi pauta dos encontros bilaterais entre o Lula e os presidentes da República do Congo e República Democrática do Congo na programação da Cúpula da Amazônia

Da Redação, com informações da Secretaria do Governo Federal

Durante a Cúpula da Amazônia, em Belém (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizou encontros bilaterais com os presidentes da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, e da República do Congo, Denis Sassou N’Guesso, nos dias 8 e 9 de agosto respectivamente. Os três territórios, somados à Indonésia, reúnem 52% das florestas tropicais primárias do mundo, sendo elas a Amazônica, a do Congo e a Borneo-Mekong, que perpassa a Indonésia.

O presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, destacou a necessidade de o país ampliar a agricultura para garantir a segurança alimentar, desestruturada por anos de guerra civil e pela concentração das atividades econômicas na mineração.

Durante o encontro, Lula comentou sobre o apreço que possui pelo continente africano e manifestou interesse em visitar a República Democrática do Congo. Ele contou sobre os programas sociais retomados desde janeiro e que podem ser replicados no país.

Presente à reunião, a ministra Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima) também mencionou a possibilidade de cooperação técnica nas áreas de créditos de carbono e de saneamento.

Por sua vez, no encontro com Denis Sassou N’guesso, o presidente africano comentou sobre os desafios de seu país em manter a segurança alimentar da população e sobre as necessidades técnicas e financeiras de fomentar a produção agropecuária. Ele avalia que o Brasil teria muito a contribuir com a expertise que já tem no setor.

Junto com a Indonésia, que enviou representante à Cúpula da da Amazônia, Brasil e República Democrática do Congo já compõem a aliança dos países com maiores florestas tropicais do mundo, anunciada ainda na Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-27), em novembro de 2022, no Egito. À época, foi divulgado um comunicado conjunto dos três países. Clique aqui para ler

Transição energética será pauta na COP-28

Momentos antes das atividades oficiais do último dia da Cúpula da Amazônia, o presidente Lula também se reuniu com o presidente da Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-28), Sultan Ahmed al-Jaber. A 28ª edição da Conferência se iniciará em novembro de 2023, em Dubai, nos Emirados Árabes, e abordará pautas como transição energética e os desdobramentos do Acordo de Paris, um tratado global, assinado em dezembro de 2015 pelos países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, em inglês), durante a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-21), que estabelece medidas de redução de emissão de dióxido de carbono a partir de 2020, como uma das ações contra as mudanças climáticas. 

Durante o encontro bilateral, os dois conversaram sobre a ampliação da participação social nas discussões da COP-28 e o potencial de parcerias em torno de obras de infraestrutura com investimentos estrangeiros. A intenção é que os países com grandes reservas de florestas tropicais levem à COP-28 uma série de posições definidas em conjunto.

A primeira delas foi expressa na Carta conjunta dos países florestais em desenvolvimento, divulgada na última quarta-feira, último dia da Cúpula da Amazônia, em Belém. 

Revista PIM Amazônia