Dezenas morrem após ataque de Israel a campo de refugiados em Gaza

Países começam a reagir ao ataque, que também deixou pelo menos 100 feridos. Bolívia corta relações diplomáticas e mais nações avaliam a situação
Número de mortos na Faixa de Gaza seria superior a 28 mil. Foto: Anas al-Shareef / Reuters

Da Redação, com informações do G1

O Exército de Israel confirmou ter atacado um campo de refugiados na cidade de Jabalia, na tarde de terça-feira, 31, matando “muitos terroristas do Hamas”, inclusive Ebrahim Biari, que comandava um batalhão do Hamas e que foi um dos líderes do ataque terrorista do dia 7 de outubro contra o território de Israel. O bombardeio também deixou um rastro de destruição, com dezenas de civis mortos e feridos.

De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, comandado pelo grupo terrorista Hamas, cerca de 50 pessoas morreram e 100 ficaram feridas. Os números não foram confirmados de forma independente.

O Chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, disse estar abismado com o alto número de vítimas do bombardeio israelense ao campo de refugiados. Borrell pediu ainda para que as duas partes do conflito respeitem as leis internacionais de guerra.

Corpos de palestinos mortos durante ataque ao campo de refugiados. Foto: Fadi Whadi/ REUTERS

Para descrever o campo de Jabalia, a rede BBC entrevistou Tamara al-Rifai, da agência da ONU para os palestinos. É um campo pobre que existe desde 1948. A maioria da população depende de ajuda. Inicialmente, era um lugar só com barracas de lonas, mas depois foi substituído por casas simples.

Há oito campos para refugiados no território, e esse é o maior deles. A agência da ONU tem 16 escolas no campo.

Números da guerra – O número de palestino mortos no conflito com Israel chegou a 8.796, segundo Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas. Os números não foram verificados de forma independente. Em Israel, são 1,4 mil vítimas. Com isso, o total de vítimas chega a quase 10,2 mil.

Chile e Colômbia convocam embaixadores em Israel. Bolívia rompe relações diplomáticas

Os governos de Chile e Colômbia resolveram acionar os embaixadores de seus países em Israel para consultas sobre o ataque israelense a um campo de refugiados na Faixa de Gaza.

“Decidi ligar para o nosso embaixador em Israel para consulta. Se Israel não impedir o massacre do povo palestino, não poderemos estar lá”, publicou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, no Twitter.

Já o presidente do Chile, Gabriel Boric, classificou o caso como “violações inaceitáveis do Direito Humanitário Internacional”.

“O Chile condena veementemente e observa com grande preocupação que estas operações militares […] não respeitam as normas fundamentais do Direito Internacional, como demonstram as mais de oito mil vítimas civis”, postou no Twitter.

Mais cedo, a Bolívia já havia anunciado ter rompido relações diplomáticas com Israel.

No início da tarde desta quarta-feira, a Jordânia, importante aliada dos EUA, anunciou que também chamou de volta seu embaixador em Israel.

O ministro das Relações Exteriores, Ayman Safadi, disse que o embaixador só voltaria para Tel Aviv se Israel suspendesse a guerra e pusesse fim à “crise humanitária que causou”.

“Isto é para expressar a posição da Jordânia que rejeita e condena a guerra em Gaza, que mata inocentes e está a causar uma catástrofe humanitária sem precedentes”, disse Safadi num comunicado divulgado pelos meios de comunicação estatais.

Safadi disse que a decisão também foi tomada porque Israel estava privando os palestinos de alimentos, água e medicamentos depois de impor um cerco ao enclave após um ataque devastador do Hamas a Israel em 7 de outubro.

*Texto atualizado às 13h26 para incluir o posicionamento da Jordânia

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