Equador mobiliza forças de segurança para tentar conter a violência

Decreto de Conflito Armado Interno foi assinado pelo presidente após a invasão de homens fortemente armados a um estúdio de TV. Tensão continua no país
Forças Armadas do Equador em movimentação na área externa de presídio. Foto: Reprodução X/ Forças Armadas

Da Redação, com informações da CNN e g1

A escalada de violência praticada pelo crime organizado no Equador levou o presidente do país, Daniel Noboa, a assinar, na terça-feira, 9, um decreto de existência de “Conflito Armado Interno”. A medida permite permite a imediata mobilização e intervenção das forças de segurança em todo o território nacional.

Noboa, que tomoi posse há cerca de três meses, divulgou o decreto em uma de suas redes sociais momento após homens encapuzados invadirem um estúdio do canal de notícias TC Televisión, localizado em Guayaquil. As cenas, que mostravam funcionários da emissora acuados, sendo a todo momento ameaçados por homens portando armas e explosivos, levaram medo à população. A polícia equatoriana foi acionada e conseguiu prender todos os 13 invasores do estúdio.

No texto do decreto, o governo qualifica 22 grupos do crime organizado como “terroristas e atores beligerantes não estatais”. Ele também ordena que as Forças Armadas façam operações militares para neutralizar esses grupos.

A decisão de Noboa aconteceu um dia após governo ter declarado estado de emergência e toque de recolher em razão da onda de violência no país, que começou após a fuga de Adolfo Macías, conhecido como “Fito”, um dos líderes do grupo criminoso Los Choneros, de uma prisão em Guayaquil. O governo pretendia transferir Fito e outros chefes de facções para uma prisão de segurança máxima. As autoridades relataram a fuga de mais criminosos. Entre eles está Fabricio Colón Pico, um dos líderes do grupo “Los Lobos”. Assim como Fito, ele também seria transferido para uma prisão de segurança máxima. Ao mesmo tempo, foram registrados confrontos em outras prisões do país.

Os criminosos também invadiram uma universidade de Guayaquil. Imagens que correram o mundo mostram professores e alunos correndo, em desespero, para tentar escapar dos criminosos. A instituição suspendeu as aulas.

Situação – Até o momento, segundo o jornal “El Universo”, pelo menos oito pessoas morreram e duas ficaram feridas em meio às ações violentas registradas em Guayaquil. Essa informação, até o momento esse número não foi confirmado pelas autoridades equatorianas. Além disso, as primeiras informações indicam que pelo menos sete policiais foram sequestrados, nas cidades de Machala e Quito. Também há informações de que um brasileiro tenha sido sequestrado em Guayaquil. O Itamaraty disse que monitora a situação.

De acordo com balanço parcial divulgado pela Polícia Nacional do Equador na madrugada desta quarta-feira, a ação contra “atos terroristas” resultou, até agora, em:

  • 70 pessoas detidas;
  • 17 presos recapturados;
  • 3 policiais liberados;
  • Apreensões de armas de fogo, explosivos e veículos.

O Ministério da Educação do Equador suspendeu as aulas presenciais em todo o país até a próxima sexta, 12.

No Congresso, todos os partidos políticos fecharam um acordo para apoiar o governo no combate ao crime organizado. A sede presidencial e as estações de metrô de Quito foram militarizadas.

O Peru anunciou que enviou reforços de policiamento para a fronteira com o Equador. O Itamaraty disse que o Brasil está acompanhando a situação do Equador com preocupação.

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