Israel se prepara para invadir a Faixa de Gaza

País convocou 300 mil reservistas nas últimas 48 horas, intensificou bombardeios e anunciou ofensiva sem precedentes na história do conflito com palestinos
Prédios em chamas após ataque do Hamas a Israel. Foto Adel Hana

Da Redação, com informações do G1

O porta-voz militar do governo de Israel, Daniel Hagari, afirmou nesta segunda-feira, 9, que o país está se preparando para uma ofensiva em grande escala, em resposta aos ataques sofridos no último sábado, 7, realizados pelo grupo Hamas, que iniciou o conflito. Para isso, só nas últimas 48 horas foram convocados 300 mil reservistas. “Nós nunca convocamos tantos reservistas, em uma escala como essa”, disse Hagari.

O governo israelense também afirmou que pediu para moradores de algumas regiões no norte e leste da Faixa de Gaza deixarem suas casas. Alguns palestinos afirmaram que receberam telefonemas e mensagens de oficiais de segurança de Israel dizendo para eles deixarem a área pois o exército deverá atuar lá.
Os dois anúncios sinalizam que uma invasão do território palestino pode ocorrer em breve.

Faltam abrigos antiaéreos em Gaza

Depois que o exército de Israel enviou mensagens de texto pedindo aos palestinos que deixassem áreas específicas de Gaza, alguns moradores ficaram preocupados porque não têm um local seguro para aguardar os ataques.

Segundo a agência de notícias Reuters, na Faixa de Gaza não há abrigos antiaéreos oficiais para momentos de guerra. Em muitas partes do território não há mais serviços de telefonia nem de internet, porque a companhia de telecomunicações palestina foi atingida por um ataque israelense. Os palestinos estão se preparando para uma ofensiva de escala sem precedentes no território.

O balanço mais recente das autoridades locais indica que ao menos 1.300 pessoas morreram, sendo 800 em Israel, 493 na Faixa de Gaza e sete na Cisjordânia. Milhares de pessoas ficaram feridas.

Uma parte dos soldados israelenses ainda estava nas regiões de Israel que o Hamas atacou nos últimos dias. O governo do país afirmou que retomou o controle das áreas, mas que ainda há confrontos porque alguns palestinos armados seguem combatendo.

Um outro porta-voz do exército, Richard Hecht, afirmou que a retomada e normalização das regiões que foram atacadas pelo Hamas está levando mais tempo do que se esperava.

Brasil confirma três desaparecidos, até o momento

Três brasileiros continuam desaparecidos após os ataques do grupo Hamas contra Israel, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

O Itamaraty disse que os três possuem dupla nacionalidade. Os nomes não foram divulgados oficialmente pelo governo brasileiro, mas a identidade de dois deles foi passada pela Embaixada de Israel no Brasil. O terceiro nome ainda não foi divulgado.

O gaúcho Ranier Glazer e a carioca Bruna Valeanu participavam de uma festa rave no sul de Israel, perto da fronteira com a Faixa de Gaza, que foi atacada no sábado (7). Ao menos 260 corpos foram encontrados no local, informou o jornal “The Times of Israel”.

Sobre o Hamas – O grupo extremista armado é uma das maiores organizações islâmicas dos territórios palestinos e, desde 2007, controla a Faixa de Gaza. O Hamas é considerado um grupo terrorista por países como os Estados Unidos e o Reino Unido. O grupo controla um território onde vivem mais de 2 milhões de palestinos.

Sobre a faixa de Gaza – É território palestino localizado em um estreito pedaço de terra na costa oeste de Israel, na fronteira com o Egito. Marcado por pobreza e superpopulação, tem 2 milhões de habitantes morando em um território de 360 km² – um pouco menor que Santa Catarina. Tomada por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967, e entregue aos palestinos em 2005, Gaza vive um bloqueio de bens e serviços imposto por seus vizinhos de fronteira.

Sobre o histórico do conflito na região – A disputa entre Israel e Palestina se estende há décadas e já resultou em inúmeros enfrentamentos armados e mortes. Em sua forma moderna, remonta a 1947, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) propôs a criação de dois Estados, um judeu e um árabe, na Palestina, sob mandato britânico.

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