O preço da cesta básica em Manaus apresentou redução de 2,27% em setembro deste ano em relação a agosto, alcançando o valor de R$ 642,32, conforme dados da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Nos últimos cinco meses, entre abril e setembro, a cesta acumulou uma queda de 4,38%, refletindo a redução de preços em boa parte dos produtos essenciais ao consumo das famílias manauaras.
Entre agosto e setembro, sete dos 12 itens da cesta básica registraram diminuição nos valores médios, com destaque para o tomate (-11,67%), a farinha de mandioca (-3,37%) e o arroz agulhinha (-2,62%). Também apresentaram retração o pão francês (-1,80%), a carne bovina de primeira (-0,88%), o açúcar cristal (-0,81%) e a manteiga (-0,20%).
Por outro lado, cinco produtos tiveram aumento de preço: o óleo de soja (2,34%), a banana (2,31%), o café em pó (1,26%), o leite integral (1,01%) e o feijão carioca (0,65%).
No acumulado desde abril, o comportamento dos preços também indica alívio para o bolso do consumidor: sete dos 12 produtos apresentaram queda, especialmente o tomate (-20,91%), o arroz (-16,10%) e o açúcar cristal (-9,58%).
Comprometimento da renda
O trabalhador manauara que recebe um salário mínimo de R$ 1.518,00 precisou dedicar, em setembro, 93 horas e 5 minutos de trabalho para adquirir a cesta básica, duas horas a menos do que em agosto (95h15).
Considerando o salário líquido, após o desconto de 7,5% da Previdência Social, o trabalhador destinou 45,74% da renda à compra dos alimentos essenciais, percentual menor do que o registrado no mês anterior (46,81%).
Cesta básica recua também em outras capitais do Norte
A redução no custo da cesta básica observada em Manaus também se repetiu em boa parte das capitais da região Norte, segundo o levantamento. Em setembro, o preço do conjunto de alimentos caiu em Boa Vista (-1,71%), Porto Velho (-1,61%), Rio Branco (-3,16%), Palmas (-5,91%) e Belém (-2,10%), enquanto em Macapá o índice manteve estabilidade, com variação mínima de 0,03%.
Em Belém, a cesta foi calculada em R$ 672,84, com destaque para as quedas expressivas do açúcar cristal (-17,01%), do tomate (-7,76%) e do pão francês (-3,15%). Ainda assim, na comparação anual, a capital paraense acumula alta de 3,87%, indicando que os preços seguem pressionados por produtos como o café em pó (54,07%) e o óleo de soja (17,84%).
Em Boa Vista, o custo médio da cesta ficou em R$ 681,95, após uma retração mensal de 1,71%. O comportamento dos preços foi desigual: itens como manteiga (6,16%) e óleo de soja (4,04%) subiram, mas houve reduções expressivas na farinha de mandioca (-11,37%) e no tomate (-8,94%). Desde abril, a capital de Roraima acumula queda de 5,17%.
Em Porto Velho, a cesta caiu 1,61%, chegando a R$ 621,09. A principal retração veio do tomate (-8,96%), acompanhada de baixas no arroz (-3,59%) e na manteiga (-5,71%). Já o óleo de soja foi o item que mais subiu (6,38%).
Rio Branco registrou uma das maiores reduções do país, com queda de 3,16%, e a cesta passou a custar R$ 620,99, praticamente o mesmo valor de Porto Velho. Em Palmas, o recuo foi ainda mais acentuado (-5,91%), com destaque para a forte desvalorização do tomate (-47,61%), o que fez o preço médio cair para R$ 677,87.
Em Macapá, o cenário foi de estabilidade: a cesta custou R$ 672,72, variação de apenas 0,03%. Mesmo sem avanço significativo no mês, a capital amapaense acumula leve alta de 1,85% desde abril.
Apesar das diferenças de comportamento entre as cidades, o levantamento revela uma tendência geral de desaceleração dos preços na região Norte, impulsionada por safras mais favoráveis, aumento da oferta de produtos como tomate e arroz e menor pressão inflacionária sobre itens alimentares.
Com informações da Conab e Dieese