O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) divulgou nesta terça-feira (21/10) os principais números do setor de mineração no terceiro trimestre de 2025. O faturamento total no período foi de R$ 76,2 bilhões, o que representa um aumento de 34% em relação ao mesmo período do ano passado, que havia registrado R$ 56,7 bilhões.
Os estados que tiveram maior participação no faturamento da mineração foram Minas Gerais (39%), Pará (35%) e Bahia (4%). A substância com maior peso no resultado foi o minério de ferro (52%), que teve alta de 27% em relação ao terceiro trimestre de 2024 e registrou faturamento de R$ 39,8 bilhões.
Exportações da mineração somam 121 milhões de toneladas

Faturamento do Setor Mineral
Em relação ao comércio exterior, foram exportadas cerca de 121 milhões de toneladas de produtos do setor mineral, um aumento de 6,2% em relação ao mesmo período do ano passado. O minério de ferro foi responsável por 65% das exportações, tendo a China como principal destino (69,3%).
Em dólares, o faturamento com importações aumentou 3,3%, totalizando US$ 2,5 bilhões. As principais origens foram Estados Unidos (20,8%), Rússia (19,3%), Canadá (14,3%) e Austrália (11,4%). As maiores demandas vieram de potássio (57%), carvão mineral (24%) e enxofre (6%).
Mineração amplia investimentos e aposta em terras raras

Terras de Mineração
O setor de mineração prevê investir US$ 68,4 bilhões em projetos no período 2025-2029. Embora o maior volume absoluto de investimentos seja esperado para o minério de ferro (US$ 19,6 bilhões), o destaque é o crescimento nas terras raras, com variação positiva de 49% em relação ao período 2024-2028.
“O que justifica esse aumento é a expectativa de demanda pelas terras raras. Quando a gente vê os estudos da União Europeia e dos Estados Unidos, nota projeções elevadas”, afirmou Julio Cesar Nery Ferreira, diretor de Assuntos Minerários do Ibram.
Segundo o vice-presidente do Ibram, Fernando Azevedo, o Brasil possui a segunda maior reserva mundial de terras raras. “Tivemos a criação de uma comissão parlamentar de terras raras no Congresso. É um fator geopolítico que o Brasil tem para explorar”, destacou.
Além das terras raras, o setor acompanha as projeções de demanda por minerais críticos e estratégicos, como cobre, lítio, níquel, cobalto, nióbio, zinco e grafita.
“Não tenho dúvida de que os investimentos em minerais críticos vão decolar ainda mais. Eles são essenciais para segurança alimentar, tecnologia, inovação e defesa nacional”, afirmou Raul Jungmann, diretor-presidente do Ibram.
Por Gabriele Oliveira, estagiária de jornalismo, sob a supervisão de Francisco Gomes
Com informações da Agência Brasil