Durante visita à Aldeia Vista Alegre de Capixauã, na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, em Santarém, oeste do Pará, neste domingo (2/10), o presidente Lula anunciou medidas voltadas à melhoria da infraestrutura e à valorização das comunidades indígenas da região. A principal delas é a implantação de energia elétrica na aldeia, que ainda não dispõe de abastecimento regular.
Ao conversar com lideranças locais, Lula destacou que a eletrificação poderá ocorrer por meio de placas solares, garantindo o fornecimento sem comprometer o meio ambiente. “Hoje a energia é a coisa mais fácil para a gente fazer, porque a gente pode fazer placa solar, a gente pode preservar o ambiente, pode trazer energia para vocês, e eu prometo para vocês que vocês vão ter energia aqui na comunidade de vocês”, afirmou o presidente.
A demanda foi apresentada pela cacique Irenilce Kumaruara, que representa mais de 4.338 famílias e uma população de 13 mil indígenas nas aldeias da Resex Tapajós-Arapiuns. O presidente reconheceu a necessidade de acelerar a chegada de serviços básicos às comunidades, como eletrificação e comunicação, para promover mais autonomia e condições de vida digna.
Demarcação e novas políticas indígenas
Além do anúncio sobre energia, o governo confirmou que duas terras indígenas localizadas na reserva, Vista Alegre e Escrivão, terão a demarcação física concluída no primeiro semestre de 2026. A presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joênia Wapichana, explicou que o processo está dentro do cronograma de regularização fundiária. “A Funai tem esse desafio. Por isso é importante fazer esse acompanhamento, porque são muitas demandas e muitos pedidos. A gente está com essa programação de fazer essas duas demarcações físicas no primeiro semestre do ano que vem”, destacou.
Desde o início do atual governo, 16 novas terras indígenas foram demarcadas no país, superando o compromisso firmado na transição, que previa 14 áreas homologadas.
Lula anuncia universidade Indígena
Durante a visita, Lula também anunciou a criação da Universidade Indígena, que será lançada oficialmente em 17 de novembro, em Brasília. A instituição terá sede na capital federal e polos de extensão em todos os estados, permitindo que jovens indígenas possam estudar próximos de suas comunidades.
“Nós já temos uma ministra indígena, a Funai indígena, o chefe da saúde indígena e falta uma universidade indígena. Vai ter a sede lá em Brasília, já tem até prédio, tanto pode ter o curso principal lá, mas todos os estados vão fazer extensão com a universidade para as meninadas fazer o curso próximo onde more e não precisar ir para Brasília”, disse o presidente.
A agenda na Resex Tapajós-Arapiuns faz parte das atividades preparatórias do governo brasileiro para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá de 10 a 21 de novembro, em Belém. No dia anterior, Lula participou na capital paraense da inauguração da ampliação do Aeroporto Internacional e do Porto de Outeiro, obras estratégicas para a logística da Conferência.
A ampliação e modernização do aeroporto teve investimento de cerca de R$ 450 milhões, voltado a aumentar capacidade e oferta de voos nacionais e internacionais. Já a requalificação do Porto de Outeiro girou em torno de R$ 233 milhões, com cais apto a embarque e desembarque de passageiros e apoio logístico. Durante a conferência, dois navios de cruzeiro ficarão atracados no terminal para hospedagem temporária de delegações, compondo o plano de mobilidade e acolhimento do evento.
Com informações da Agência Brasil
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