O desempenho econômico dos estados do Norte em 2023 apresentou fortes contrastes, segundo dados do Sistema de Contas Regionais divulgados nesta quinta-feira (14/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Todas as unidades da federação cresceram no ano, sendo o Acre e o Tocantins os destaques na região com avanços de 14,7% e 7,9%, respectivamente, impulsionados sobretudo pelo cultivo de soja e pelo setor de serviços públicos. Já Pará (1,4%) e Rondônia (1,3%) ficaram entre os menores crescimentos do país. A última vez que o PIB cresceu em todos os estados foi em 2021. O PIB do país foi de 3,2% em 2023.
No Acre, o resultado foi influenciado pelo bom desempenho da Agropecuária e por atividades como administração pública, saúde, educação e seguridade social. A combinação entre soja e serviços também sustentou o avanço do Tocantins. No outro extremo, o Pará teve a alta limitada pela redução na Agropecuária e no setor de Eletricidade e gás, destoando do comportamento nacional dessas atividades. Em Rondônia, a seca que atingiu o Norte reduziu a geração de energia elétrica, afetando diretamente o resultado do setor.
Outros dois estados da região cresceram abaixo da média nacional de 3,2%: Amazonas (2,1%) e Amapá (2,9%). No agregado regional, o Norte ampliou sua participação no PIB brasileiro para 5,8%, alta de 0,1 ponto percentual em relação a 2022.
Entre as unidades que ganharam participação, o Amazonas passou a responder por 1,5% do PIB nacional, impulsionado pelas Indústrias de transformação da Zona Franca de Manaus, especialmente a fabricação de bebidas e outros equipamentos de transporte. O Amapá, agora com 0,3% do PIB do país, teve avanço puxado pelas atividades de administração pública, que representaram 48,3% da economia estadual em 2023.
A série histórica do IBGE mostra ainda que, entre 2002 e 2023, os maiores crescimentos médios da região foram registrados por Roraima (4,5% ao ano), Acre (3,9% ao ano) e Tocantins (4,9% ao ano). No mesmo período, o Norte acumulou ganho de 1,1 ponto percentual na participação do PIB nacional.
No recorte do PIB per capita, Rondônia segue como o estado nortista mais bem posicionado, ocupando a 10ª posição no país, com valor equivalente a 0,9 do rendimento médio nacional.
