O Amapá entrou para o centro do mapa logístico brasileiro com a inauguração da rota marítima direta entre o Porto de Santana e o terminal de Gaolan, em Zhuhai, na China. A cerimônia realizada no último sábado (30/8) marcou a primeira viagem oficial pelo novo corredor, que promete reduzir em até 30 dias o tempo de transporte de mercadorias em relação às rotas que saem dos portos do Sudeste, além de cortar custos logísticos em mais de 30%. A medida coloca o estado como ponto estratégico para as exportações do agronegócio e da bioeconomia da Amazônia, abrindo também um canal de importações de equipamentos e insumos chineses.
A primeira carga recebida em Santana foi composta por alimentos e equipamentos de energia solar vindos da China, descarregados na Companhia Docas de Santana (CDSA). Para as autoridades presentes, o ato simboliza um passo histórico para a integração comercial do estado com o mercado asiático. O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, destacou que a iniciativa representa mais do que um ganho logístico:
“É a oportunidade de facilitar a entrada de produtos chineses e, principalmente, ampliar a saída de produtos brasileiros, com o Amapá no centro desse movimento”, afirmou. O governador Clécio Luís reforçou a importância do marco para o desenvolvimento regional. “Nosso estado se torna referência logística para outras regiões da Amazônia e também para o Centro-Oeste. Estamos abrindo um corredor que vai transformar a economia do Amapá”, disse.
Além do impacto no comércio exterior, a rota deve impulsionar a economia local, com a expansão da atividade portuária e a geração de empregos. O prefeito de Santana, Bala Rocha, ressaltou que a movimentação de mercadorias tende a aumentar significativamente. “Nosso porto estará mais estruturado para receber esse fluxo, o que significa contratação de mão de obra e benefícios diretos para a população da cidade”, declarou. A expectativa é de que setores como o do açaí, da castanha, do cacau e do pescado estejam entre os principais beneficiados, ganhando competitividade no mercado internacional. O presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, Fábio Hu, também apontou que há interesse em apoiar iniciativas sustentáveis no estado. “A China está disposta a cooperar de forma significativa para o desenvolvimento do Amapá, com foco na sustentabilidade e nas boas práticas de comércio”, disse.
Com a nova rota, o Amapá passa a ocupar posição de destaque em uma estratégia nacional que busca diversificar os pontos de saída e entrada de mercadorias no Brasil. O corredor marítimo fortalece o papel da Amazônia no comércio exterior e amplia as oportunidades para a economia local, consolidando Santana como um polo logístico em expansão.
Fonte: Agência Brasil
