Amazonas: período de chuvas será normalizado só em fevereiro

Previsão é do Laboratório Climático da Universidade do Estado (UEA). Até lá, as chuvas permanecerão abaixo da média em algumas regiões
Vista aérea de Manaus/AM. Foto: Orlando Júnior/ Rede Amazônica

Da Redação, com informações da Agência Amazonas e g1 AM

“Nos meses de dezembro e janeiro as chuvas deverão permanecer abaixo da média no leste e norte do Estado, enquanto na região centro-oeste do estado do Amazonas as chuvas deverão ficar dentro da média climatológica”. A afirmação é do coordenador do Laboratório de Modelagem do Sistema Climático Terrestre da Universidade do Estado do Amazonas (Labclim/UEA), professor Francis Wagner Correia.

O Boletim Prognóstico Sazonal Hidroclimático do Amazonas é divulgado pelo Labclim com o objetivo de disponibilizar informações diagnósticas e prognósticas de precipitação, descargas e níveis dos rios, atualizadas que influenciam no padrão da estiagem no Amazonas.

Os dados do Boletim podem ser utilizados em diversas áreas, incluindo a navegação, agricultura, indústria, transporte, pecuária, gestão de obras, entre outros setores. Outra previsão do boletim revela que as temperaturas estão acima da média climatológica em todo o Amazonas.

Sobre os níveis dos rios, a previsão indica que as principais sub-bacias do Amazonas experimentarão atrasos na normalização de seus níveis nos próximos meses, com exceção do Rio Madeira, onde é projetado que os níveis permaneçam abaixo da normalidade. Em relação às queimadas, o boletim indica que os déficits de chuva na porção centro-leste do Amazonas e na porção oriental da Amazônia, associado a temperaturas acima da média, podem favorecer a ocorrência de queimadas.

O professor explicou ainda quem, diante da gradual persistência das anomalias no oceano Pacífico central-leste e da contínua presença do fenômeno El Niño nos próximos meses, com intensidade moderada, especialmente no início e durante a estação chuvosa na região Amazônica, o prognóstico climático considera também o aquecimento fora do normal no Atlântico Norte.

O Labclim corresponde a três Sistemas de Processamento Alto Desempenho ‘Cluster Computing’, formados pelos Cluster Tambaqui (CPU), Aruanã (CPU) e Jaraqui (GPU). Esses sistemas (clusters) permitem a integração de modelos físicos – matemáticos que representam o sistema climático terrestre e as suas variações em diferentes escalas espaciais e temporais.

Censipam prevê cheias dentro da normalidade em 2024

Dados da previsão do período de cheia no Amazonas, em 2024, foram apresentados na quarta-feira, 13, pelo Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam). Segundo as análises, devido a seca severa, o nível dos rios do Amazonas ainda está baixo. Com isso, a expectativa é que o período de cheia em 2024 alcance níveis dentro da média e que não causem tanto impacto para a população.

“Os modelos que usamos para as previsões indicam que o nível do rio vai subir e vai atingir em torno da média. Então, em termos de inundação, de cheia muito grande, a gente não deve esperar isso para este ano de 2024″, informou o coordenador operacional de hidrologia do Censipam, Flávio Altieri.

Período chuvoso não terá impactos como os registrados em anos anteriores, diz o Censipam. Foto: Bruno Kelly/ Reuters

Os dados foram apresentados durante um seminário que contou com a participação de representantes do Governo do Amazonas, Defesa Civil, Marinha, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Universidades Federal e Estadual do Amazonas e outros órgão.

“A Defesa Civil do estado se vale de informações dadas por diferentes instituições. A gente recepciona essas informações, faz uma análise prévia e é esperado que essa nossa vazante histórica tenha um impacto significativo na próxima cheia”, disse o coordenador de operações da Defesa Civil, coronel Adson Ferreira, que mostrou preocupação diante dos dados apresentados – que podem ser o indício de mais um severo período de estiagem no estado.

“A gente chama atenção no problema que isso pode significar para a próxima estiagem. Ou seja, no segundo semestre de 2024, se realmente o nível do rio não se recuperar o suficiente, se a estiagem for um pouco mais severa, a gente vai ter um problema mais sério na Amazônia. Ainda mais sério do que a gente está vivendo hoje”, finalizou o coordenador.

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