Amazônia terá 19 novos campi de Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia

Quantitativo é parte plano de expansão da rede federal de ensino técnico que terá um total de 100 novos campi em todo o Brasil
Pará é o estado da Amazônia que terá o maior número de novos campi. Foto: Divulgação

Da Redação

O plano de expansão da rede federal de ensino técnico foi lançado nesta terça-feira, 12, com o objetivo de gerar 140 mil novas vagas, a partir da criação de 100 novos campi de institutos federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs) pelo país. A iniciativa alcançará todas as unidades da federação, oferecendo principalmente cursos técnicos integrados ao ensino médio. O objetivo do governo é aumentar a oferta de vagas na educação profissional e tecnológica e criar oportunidades para jovens e adultos, especialmente os mais vulneráveis.

A região Nordeste receberá a maior parte dos investimentos, com a criação de 38 campi, em nove estados. Desses, 4 serão implantados no Maranhão, estado que tem quase 79,3% de seu território integrado à Amazônia Legal. Além desses, outros 15 campi serão criados nos demais estados da Amazônia (Veja lista abaixo).

“É com base no investimento na educação que a gente pode ter a certeza de que esse país vai chegar a ser um país de primeiro mundo, um país desenvolvido, um país de uma sociedade composta pela grande maioria de gente de classe média. Porque nós não fizemos opção para ser pobre. Aliás, ninguém gosta de ser pobre, ninguém gosta de se vestir mal, ninguém gosta de comer mal, ninguém gosta de morar mal, ou seja, todos nós nascemos para ter acesso a tudo aquilo que a gente produz”, disse o presidente Lula, durante a cerimônia desta terça-feira, no Palácio do Planalto.

Veja, abaixo, o total de campi anunciado para cada estado da Amazônia Legal:

  • Pará: 5 (municípios de Barcarena, Redenção, Tailândia, Alenquer e Viseu);
  • Maranhão: 4 (municípios de Chapadinha, Colinas, Balsas e Amarante do Maranhão);
  • Mato Grosso: 3 (municípios de Água Boa, Colniza e Canarana);
  • Amazonas: 2 (municípios de Santo Antônio do Içá e Manicoré);
  • Roraima: 1 (Rorainópolis);
  • Tocantins: 1 (Tocantinópolis);
  • Acre: 1 (Feijó);
  • Amapá: 1 (Tartarugalzinho);
  • Rondônia: 1 (Butiritis).

“Quando a gente fala em investimento em educação é porque uma profissão dá a um homem e a uma mulher um estado de cidadania que sem educação a gente não conquista”, reforçou o presidente Lula, destacando ainda a importância da formação profissional para as mulheres, especialmente aquelas que vivem em contexto de violência doméstica.

“A coisa mais importante na educação é que, a mulher tendo uma profissão, ela vai ter um espaço de disputar trabalho no mercado, fora de casa. Porque a mulher não nasceu só para fazer trabalho doméstico, a mulher nasceu para fazer o que ela quiser fazer e trabalhar fora de casa é uma oportunidade”, disse Lula. “Quando a mulher tem uma profissão, quando ela tem um salário e pode custear a vida dela, ela não vai viver com nenhum homem que não goste dela, ela não vai viver por necessidade, por dependência”, ressaltou o presidente.

Investimento – Serão investidos R$ 3,9 bilhões em obras nos institutos federais, por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Desse total, R$ 2,5 bilhões são para instalação de novos campi e R$ 1,4 bilhão para melhorias em unidades já existentes, como a construção de refeitórios, ginásios, bibliotecas, salas de aula e aquisição de equipamentos.

O ministro da Educação, Camilo Santana, explicou os critérios de escolha dos municípios que serão atendidos com os novos campi. “Primeiro, olhar para os vazios demográficos, olhar a proporção de matrícula de ensino técnico ofertado também em cada estado e olhar o número de institutos por população em cada estado”, disse.

Regiões – Na avaliação por regiões do Brasil, depois do Nordeste, o Sudeste é a região que receberá o maior número de novos IFs, com 27 novos campi. Em seguida, está a Região Sul, com 13; o Norte, com 12; e o Centro-Oeste, com dez. Entre os estados, São Paulo é o mais beneficiado, com 12 novos campi. Minas Gerais e Bahia terão oito unidades, cada. Na sequência, aparecem Pernambuco, Ceará e Rio de Janeiro, com seis, cada, e Paraná, Rio Grande do Sul e Pará, cada um com cinco.

Os institutos federais têm como obrigatoriedade legal garantir um mínimo de 50% de suas vagas para a oferta de cursos técnicos de nível médio, prioritariamente na forma integrada, ou seja, junto ao ensino médio. Mas, segundo Camilo Santana, está sendo pactuado com os reitores que as novas unidades tenham 80% das matrículas de ensino técnico profissionalizante.

“Nós não queremos perder nenhum jovem no ensino médio brasileiro. A escola é a porta para o futuro melhor, a educação transforma vidas, a educação é o grande caminho para transformar uma sociedade mais justa, mais igualitária, mais humana, mais fraterna. E é isso que nós precisamos”, ressaltou o ministro.

Rede – De acordo com o governo, até 2002, o Brasil tinha 140 escolas técnicas. Em 2008, em seu segundo mandato, Lula sancionou a Lei nº 11.892/2008, que institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e criou 38 institutos federais.

A Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica é formada pelos IFs, por dois centros federais de Educação Tecnológica (Cefets), escolas técnicas vinculadas às universidades federais, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná e pelo Colégio Pedro II. Cada uma destas instituições é composta por campi que atuam como unidades descentralizadas de ensino, dessa forma, o ensino dos IFs chega a mais locais.

Atualmente, a rede possui 682 unidades e mais de 1,5 milhão de matrículas. Com os novos 100 campi, passará a contar com 782 unidades, sendo 702 campi de IFs.

*Com informações da Agência Brasil

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