Amazônia terá quase R$ 94 milhões para projetos de expedições científicas

Valor representa o novo total disponível no edital lançado pela Iniciativa Amazônia+10, em parceria com as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) e CNPq, que agora conta com aportes internacionais
Foto: Pedro Guerreiro/ Agência Pará

Da Redação, com informações da FAPESPA/ Amazônia +10

Pesquisadores com projetos voltados para a expansão do conhecimento científico e sociobiodiversidade da Amazônia podem se inscrever para a Chamada Expedições Científicas, lançada pela Iniciativa Amazônia+10, em parceria com 19 Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

As inscrições estão abertas até 29 de abril de 2024. As propostas devem ser voltadas para expedições científicas multidisciplinares na região, por um período de até 36 meses, e o valor mínimo de cada projeto contemplado será de R$ 400 mil, não havendo limite máximo.

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Recursos – O aporte inicial de recursos era de R$59,2 milhões, por ocasião do lançamento do edital, no fim do ano passado. Porém, com a inclusão de quatro agências estrangeiras, que passaram a integrar as Expedições Científicas: o British Council e o UK Research and Innovation (UKRI), ambas do Reino Unido; a Swiss National Science Foundation (SNSF), da Suíça, e o Centro Universitário da Baviera para América Latina (BAYLAT), da Alemanha, a chamada Expedições Científicas agora tem um fundo total de aproximadamente R$ 94 milhões.

As submissões de propostas devem ser feitas uma única vez pela Plataforma Carlos Chagas, do CNPq, sempre pelo Coordenador do projeto interessado em obter o financiamento.

O anúncio dos projetos selecionados será feito em agosto de 2024. O resultado das propostas contempladas será divulgado na página eletrônica do CNPq, do Confap e de todas as FAPs participantes, e publicado, por extrato, no Diário Oficial da União.

Outros temas de interesse – O edital também apoiará expedições voltadas a ampliar o conhecimento da diversidade sociocultural dos povos tradicionais da Amazônia. Serão financiadas pesquisas, por exemplo, sobre o patrimônio material e imaterial de povos ancestrais, indígenas e tradicionais, documentação de línguas indígenas e sistemas de conhecimento associados, e relação entre dinâmicas territoriais de povos tradicionais com o uso sustentável dos recursos naturais da floresta.

Os projetos submetidos à avaliação devem contar com pesquisadores responsáveis de, pelo menos, dois dos 19 estados cujas FAPs aderiram à chamada, sendo que um deles deve, obrigatoriamente, estar vinculado a instituições com sede nos estados da Amazônia Legal. O edital também prevê a inclusão na equipe de pesquisa de pelo menos um integrante dos Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais (PIQCT), detentor do conhecimento tradicional relacionado ao território que será estudado.

Dos quase R$ 94 milhões nesta chamada, R$ 30 milhões serão alocados pelo CNPq exclusivamente para pesquisadores com vínculo formal com alguma instituição localizada em um dos estados da Amazônia Legal, e R$ 3 milhões serão investidos pelo Governo do Pará, via Fapespa.

“Hoje estamos com um edital lançado para Expedições Científicas, com parcerias com o CNPq e instituições internacionais, com aporte de R$ 94 milhões. Com isso, nós garantimos que as coleções científicas que vão ser geradas através dessas expedições sejam mantidas nas instituições da região. Isso é fundamental para garantir que o protagonismo da pesquisa se mantenha na região amazônica”, disse o diretor-presidente da Fapespa, Marcel Botelho.

Articulação – A Iniciativa Amazônia+10 apoia projetos de pesquisa em colaboração voltados à conservação da biodiversidade e adaptação às mudanças climáticas, à proteção de populações e comunidades tradicionais, aos desafios urbanos e à bioeconomia como política de desenvolvimento econômico na região. É liderada pelo Confap e pelo Conselho Nacional de Secretários para Assuntos de Ciência Tecnologia e Inovação (Consecti). Conta, também, com a parceria do CNPq. O programa já destinou quase R$ 100 milhões para projetos científicos na região, articulando grupos de pesquisa que reúnem pesquisadores da Amazônia Legal e de outros estados.

Neste edital, 19 Fundações de Amparo à Pesquisa aderiram à chamada, dos nove estados da Amazônia Legal (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso), além das FAPs do Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás, Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Paraná e São Paulo, e também do Distrito Federal.

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