A partir da próxima quarta-feira, 5 de novembro, Belém ganha um novo espaço dedicado à cultura, à criatividade e à inovação. A Casa Sesi Indústria Criativa será inaugurada em um casarão histórico da Avenida Brás de Aguiar, que, após um cuidadoso processo de restauração, volta a integrar o cotidiano da cidade como um ponto de encontro entre arte, sustentabilidade e o potencial criativo da Amazônia. O espaço estará aberto ao público de terça a sexta, das 9h às 18h, com entrada gratuita.
Com quase um século de história, o imóvel preserva traços da Belle Époque e foi totalmente revitalizado. O processo de restauro revelou detalhes originais escondidos por décadas, devolvendo à cidade um patrimônio que agora abriga um espaço voltado à produção cultural e à economia criativa local.
A inauguração marca a abertura de três exposições simultâneas, todas com entrada gratuita. A primeira é “Im-PARÁ-veis – um século de criatividade na Amazônia”, sob direção da artista visual paraense Roberta Carvalho, que será apresentada ao público durante o evento. No mesmo andar, o público também poderá conhecer a exposição “Casa Sesi”, que revela a história e o processo de restauro do casarão que hoje abriga o espaço.
Artesãs de Belém transformam biodiversidade amazônica em biojoias sustentáveis
Outra atração é o projeto “Joias da Amazônia”, que transforma elementos da biodiversidade amazônica, como escamas de peixe, caroços de açaí e cerâmica regional em biojoias autorais. A iniciativa é idealizada pelo Instituto Elabora Social, com patrocínio da Hydro e apoio institucional do Sistema Fiepa, Jornada COP+, Ebata e Aimex. As peças foram criadas por artesãs de Belém, Ananindeua, Marajó e Baixo Amazonas, durante oficinas criativas no SENAI Getúlio Vargas, e incorporam sucata de alumínio doada pela Hydro. A terceira exposição apresenta o trabalho de reaproveitamento de materiais apreendidos pela Receita Federal, desenvolvido por alunos do curso Técnicas de Upcycling do SENAI Pará. Cerca de 100 quilos de roupas e calçados, que seriam incinerados, foram transformados em novas peças dentro da lógica da economia circular, que incentiva o reaproveitamento de recursos e a redução do desperdício.
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Casarão de Belém passa por restauro e resgata memória
Localizada na tradicional Avenida Brás de Aguiar, a Casa Sesi Indústria Criativa ocupa um casarão com quase cem anos de história, um exemplar da arquitetura residencial da Belle Époque, período que marcou o auge do ciclo da borracha e deixou em Belém uma paisagem de sobrados e palacetes.
O imóvel foi devolvido à cidade após um minucioso processo de restauro, conduzido por arquitetos, engenheiros e restauradores especializados em patrimônio histórico. Durante as obras, as paredes revelaram nove camadas de tinta, marcas do tempo que contavam parte da história do prédio. Cada camada retirada trouxe vestígios de cores e texturas originais, permitindo reconstruir parte da estética e da identidade visual do imóvel. O trabalho incluiu o reforço estrutural do telhado e da fundação, a recuperação de elementos art déco e vitrais originais, e a restauração do piso em madeira de lei, que voltou a brilhar.
“Este espaço é uma entrega simbólica e concreta para Belém. Ao restaurar um casarão histórico e abrir suas portas à população, o Sistema Fiepa, por meio do SESI, reafirma seu compromisso com a cultura, com a inovação e com o desenvolvimento sustentável. A Casa Indústria Criativa é um convite para que a sociedade reconheça o potencial transformador da economia criativa, um campo em que o talento, a arte e o conhecimento se convertem em oportunidades para toda a Amazônia”, disse o presidente do Sistema Fiepa e diretor regional do Sesi Pará, Alex Carvalho.
O superintendente do Sesi Pará, Dário Lemos, reforça o caráter social e educativo da iniciativa. “Devolver este prédio à cidade é mais do que restaurar uma estrutura física, é reativar memórias, criar pertencimento e abrir espaço para novas conexões. Queremos que a Casa Sesi Indústria Criativa seja um ponto de encontro entre pessoas, ideias e linguagens, onde a arte e a inovação caminhem lado a lado, fortalecendo o diálogo entre a indústria e a comunidade”, comenta.
Por Gabriele Oliveira, estagiária de jornalismo, sob a supervisão de Francisco Gomes
Com informações da Fiepa
