O número de famílias que deixaram o Bolsa Família por melhora de renda chegou a 2 milhões entre janeiro e outubro de 2025, segundo dados da Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc), do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS).
O principal motivo foi o aumento do rendimento familiar, seja pelo emprego formal, pela abertura de um pequeno negócio ou pela melhora nas condições financeiras do domicílio.
Das 2.069.776 famílias que deixaram de depender do programa neste período, 1.318.214 saíram devido à elevação da renda total do domicílio. Outras 24.763 optaram pelo desligamento voluntário e 726.799 encerraram o período de permanência na Regra de Proteção, que permite continuar recebendo metade do benefício por até 12 meses após ultrapassar o limite de R$ 218 per capita, desde que a renda não supere R$ 706.
Em outubro, o Bolsa Família atendeu 18,9 milhões de famílias, o menor número desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Histórias de superação mostram impacto do Bolsa Família

O ministro Wellington Dias afirmou que o programa tem cumprido seu papel de forma sustentável.
“Quem entra no Bolsa Família só sai para cima, seja porque conquistou renda maior com trabalho, seja porque abriu o próprio negócio. E, caso perca essa renda, retorna automaticamente ao programa. É um caminho sustentável”, destacou.
A trajetória da sergipana Carla Pereira Barros, de 39 anos, é um exemplo desse avanço.
Após 14 anos recebendo o Bolsa Família, ela se formou em pedagogia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS) e devolveu o cartão do benefício. “Foi uma alegria imensa participar do programa e fiquei ainda mais feliz quando pude devolver o cartão”, contou a professora.
Carla superou a pobreza extrema e a violência doméstica, criando sozinha três filhas e reconstruindo a vida após uma enchente que destruiu sua casa. O apoio do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) foi essencial em sua trajetória, abrindo caminho para a educação e a autonomia.
“Da pobreza, da lama, eu dei uma subidinha de degrau”, recordou Carla, que hoje cursa sua segunda graduação em Libras e sonha em abrir uma confeitaria.
Bolsa Família como porta de entrada para oportunidades
A secretária nacional de Renda de Cidadania do MDS, Eliane Aquino, destacou que o Bolsa Família é mais do que um programa de transferência de renda é uma política de emancipação social.
“Queremos cada vez mais que o Bolsa Família, que está presente em todos os municípios, permita que as pessoas mais vulneráveis possam acessar outras políticas públicas, elevar sua escolaridade e melhorar a empregabilidade”, afirmou.
Segundo Eliane, a integração entre o Bolsa Família, os Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e os programas de qualificação profissional tem sido essencial para promover autonomia e desenvolvimento social.
Por Gabriele Oliveira, estagiária de jornalismo, sob a supervisão de Francisco Gomes
Com informações da Agência Gov
 
											




