Cientistas confirmam 2023 como o ano mais quente já registrado no planeta

Pesquisadores do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia já haviam alertado sobre a possibilidade. O ano passado teve as temperaturas mais altas nos últimos 100 mil anos
Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

Da Redação, com informações do g1

Um relatório do observatório europeu Copernicus divulgado nesta terça-feira, 9, confirmou que as temperaturas recordes registradas em 2023 fizeram com que o ano passado fosse confirmado como o mais quente já registrado. Os cientistas já haviam alertado sobre essa possibilidade em novembro passado.

Segundo os pesquisadores, em 2023, pela primeira vez, todos os dias dentro de um ano ficaram 1°C acima do nível pré-industrial de 1850 a 1900 – sendo que, em metade de 2023, os termômetros chegaram a ultrapassar 1,5°C e, em dois dias de novembro, ficaram 2°C mais quentes. Foram as temperaturas mais altas nos últimos 100 mil anos.

“Não apenas 2023 foi o ano mais quente registrado, como é o primeiro ano com dias 1°C mais quentes do que a era pré-industrial. As temperaturas em 2023 provavelmente foram as mais altas ao menos nos últimos 100 mil anos”, afirmou Samantha Burgess, vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas Copernicus da União Europeia.

A explicação para a comparação com os 100 mil anos está na paleoclimatologia. São usados métodos que permitem estimar a temperatura de determinada época com a simulação do comportamento da atmosfera para climas passados.

O documento do Copernicus revela um aquecimento violento, com diversos recordes diários e mensais quebrados. temperatura da Terra em 2023 ficou 1,48ºC acima do nível pré-industrial, antes do período de 1850 a 1900. sso é muito perto do 1,5ºC estabelecido por cientistas como “limite seguro” para evitar as consequências mais graves das mudanças climáticas.

Esse limiar de aumento da taxa média de temperatura global foi estipulado no Acordo de Paris para até o final deste século e a previsão é que não fosse atingido antes de 2030. taxa tem como referência os níveis pré-industriais, antes de as emissões de poluentes passarem a afetar significativamente o clima global.

El Niño – Embora o fenômeno El Niño, que aquece as águas superficiais no leste do Oceano Pacífico, tenha influenciado, o calor extremo é resultado das contínuas emissões de gases de efeito de estufa.

Segundo o relatório do Copernicus, as concentrações de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono e metano, têm aumentado nos últimos anos e alcançaram níveis alarmantes em 2023.

COP 28 – Em dezembro, o acordo final da COP 28, a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, foi considerado um avanço ao prever a redução gradual do uso de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) para diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

Revista PIM Amazônia