O acesso às linhas emergenciais de crédito destinadas aos setores afetados pelo tarifaço nos Estados Unidos foi ampliado. Em reunião extraordinária realizada nesta quinta-feira (13/11), o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou as mudanças no Plano Brasil Soberano, destravando a possibilidade de que as novas regras entrem em vigor.
As alterações reforçam os critérios de elegibilidade, ampliam o alcance dos financiamentos e passam a incluir fornecedores de empresas exportadoras entre os beneficiários das linhas emergenciais de crédito.
Criado em agosto com base na Medida Provisória 1.309, o pacote de R$ 30 bilhões do Plano Brasil Soberano tem como objetivo garantir liquidez, sustentar a produção e proteger empregos nos setores mais atingidos pelo choque tarifário.
Acesso a fornecedores
Com a nova resolução, fornecedores de empresas exportadoras poderão pedir financiamento, desde que pelo menos 1% do faturamento, de julho de 2024 a junho de 2025, venha do fornecimento a empresas exportadoras que teve pelo menos 5% do faturamento afetado pelas tarifas estadunidenses.
Segundo o Ministério da Fazenda, a ampliação busca evitar gargalos nas cadeias produtivas e garantir que os efeitos das medidas emergenciais alcancem toda a cadeia exportadora, não apenas as empresas que vendem diretamente ao exterior.
Flexibilidade
Para as empresas exportadoras, o CMN reduziu de 5% para 1% o percentual mínimo de faturamento impactado pelas tarifas norte-americanas para ter acesso ao financiamento. A mudança beneficia especialmente empresas que fazem parte de grupos econômicos complexos, que tinham dificuldade em comprovar o requisito anterior.
A resolução também estabelece que a tabela de produtos elegíveis para o programa será definida por ato conjunto dos ministros da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A mudança busca alinhar o programa às diretrizes da política industrial e comercial.
As taxas de remuneração ao Fundo de Garantia à Exportação (FGE) foram ajustadas e agora variam de 1% a 6% ao ano, conforme o porte da empresa e a finalidade do financiamento.
Caberá ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e às instituições financeiras habilitadas a implementação das medidas.
Portaria

Leia Também: Prefeitura de Manaus atua desde a madrugada para minimizar impactos das chuvas e reforça ações emergenciais
Essas mudanças haviam sido estabelecidas na noite de quarta-feira (12/11), por meio de portaria conjunta do Ministério da Fazenda e do MDIC. O CMN, no entanto, precisava regulamentar as mudanças para que a ampliação do acesso ao Plano Brasil Soberano surtisse efeito.
Em nota emitida ontem à noite, o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, afirmou que o governo tem atuado em duas frentes: negociação diplomática e apoio direto ao setor produtivo.
“Enquanto negocia com os EUA, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continua atento às necessidades do setor produtivo”, disse o ministro.
“Ampliamos o critério de faturamento e aumentamos a abrangência setorial para contemplar também os fornecedores”, destacou.
Presidido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o CMN também é composto pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo; e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet.
Leia Também: Suframa sedia lançamento nacional do ‘Plano Brasil Soberano



