COP 28: Noruega anuncia a doação de R$ 245 milhões para o Fundo Amazônia

Representante do país, que é pioneiro em doação de recursos para o Fundo, disse que retomada dos investimentos é reconhecimento às medidas que levaram à queda nos índices de desmatamento na região
Foto Andre Dib/Pulsar

Da Redação, com informações da CNN e g1

Durante um evento em homenagem aos 15 anos do Fundo Amazônia, realizado nesta segunda-feira, 11, dentro da programação da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, o ministro do Clima e Meio Ambiente da Noruega, Andreas Bjelland, anunciou o repasse de mais 50 milhões de dólares (o equivalente a R$ 245 milhões) para o Fundo. Bjelland também elogiou a atuação da ministra brasileira do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, que participa do evento. A Noruega é pioneira e uma das principais investidoras do fundo.

“Em reconhecimento dos resultados [na queda do desmatamento no bioma] de Lula e da Marina, bem como das fortes ambições do Brasil, eu estou muito feliz em anunciar que vamos recomeçar a fazer novas contribuições para o Fundo Amazônia, de tal maneira que possamos entregar mais no futuro”, disse Eriksen. “Parar com o desmatamento na Amazônia nesta década vai exigir uma cooperação e ambição inédita. Hoje a vê objetivos renovados e um Brasil com grandes ambições e um espírito pioneiro”, acrescentou.

Os repasses de recursos para o Fundo, que existe desde 2008, foram suspensos pela Noruega e também pela Alemanha, em 2019, durante o governo Jair Bolsonaro. À época, já havia mais de R$ 3 bilhões em caixa, fruto de doações desses dois países.

Reino Unido – Durante o evento na COP 28, além da Noruega, o Reino Unido, por meio do secretário de Estado para Alimentação e Assuntos Rurais, Steve Barclay, também formalizou o anúncio de mais 35 milhões de libras esterlinas (aproximadamente R$ 215 milhões). A intenção havia sido divulgada nos primeiros dias da conferência que discute mudanças climáticas. O país já tinha anunciado 80 milhões de libras esterlinas, após a visita do representante britânico ao Brasil.

ONU apela por por acordo sobre combustíveis fósseis na reta final da conferência

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, reforçou nesta segunda-feira, 11, a necessidade de haver entendimento para formalização de acordo, no documento final da COP28, sobre a necessidade de “eliminar gradualmente” os combustíveis fósseis, embora com a possibilidade de os países avançarem a ritmos diferentes.

Guterres conversou com os jornalistas no dia em que está previsto um rascunho do relatório do chamado Global Stocktake — balanço do progresso dos países diante da meta do Acordo de Paris — e explicou que o acordo deve reconhecer as diferentes capacidades dos países.

“Mas é essencial que o Global Stocktake reconheça a necessidade de eliminar gradualmente todos os combustíveis fósseis num prazo que acompanhe o limite de 1,5 °C e acelerar uma transição energética justa e ordenada para todos”, disse em Dubai. “Isso não significa que todos os países devem eliminar os combustíveis fósseis ao mesmo tempo”, complementa.

Ainda segundo o secretário, os países devem mostrar ambição na redução de emissões e na oferta de justiça climática. “”Os governos devem deixar Dubai com uma compreensão clara do que é necessário até a COP 2030 no Brasil”.

Guterres ressaltou que o problema deve ser enfrentado agora e é necessário proteger as pessoas que estão na linha de frente das crises climáticas.

Divisões – As negociações em Dubai revelaram profundas divisões entre os quase 200 países que participam da conferência do clima da ONU. Os acordos climáticos devem ser aprovados por um consenso entre todos os participantes. A Arábia Saudita – um dos principais produtores de petróleo do mundo – tem sido um dos grandes opositores às políticas referentes aos combustíveis fósseis.

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