COP 30: uma floresta de oportunidades para os pequenos negócios na Amazônia

Por Rubens Magno, diretor-superintendente do SEBRAE/PA
Floresta Amazônica. Foto: iStock

Não é de hoje que a Amazônia desperta a atenção do mundo. Primeiro, pela importância nos âmbitos ambiental e climático. Depois, pelo potencial de promover soluções inovadoras para o desenvolvimento sustentável. Essa atenção vem aumentando desde que Belém foi anunciada como a sede da COP 30 (30ª Conferência das Partes). Por conta disso, o Sebrae no Pará, como parceiro do Governo do Estado e impulsionador dos pequenos negócios, tem atuado na conscientização sobre as oportunidades que já estão surgindo com a visibilidade gerada pela COP 30 na Amazônia e, principalmente, como a nossa gente pode aproveitá-las a seu favor.

Vale ressaltar que essas oportunidades não se restringem ao Pará, mas podem beneficiar toda a região. A COP 30 na Amazônia representa uma grande oportunidade para gerar mais conhecimento sobre os produtos da região, nossas raízes, nosso modo de viver, nossos saberes e sabores, nossas riquezas naturais e tantos outros aspectos que tornam nossa região única e com grande potencial para movimentar a economia local e, por consequência, transformar vidas.

Pequenos negócios representam 95% de todas as empresas e respondem por 30% da formação do Produto Interno Bruto (PIB), sendo também o principal empregador, de acordo com dados do IBGE.

Desde o ano passado, promovemos vários cursos, consultorias e programas de desenvolvimento focados em atender as necessidades e aproveitar as oportunidades da Conferência, o que tem despertado o interesse desses públicos. Percebemos que empreendedores de pequenos negócios estão ávidos por informações, conhecimento e capacitação, sobremaneira, entre as inúmeras possibilidades nos eixos que estamos trabalhando: hospitalidade, mobilidade, economia criativa, alimentos e bebidas.

Esta é uma ótima notícia para todos. Pequenos negócios representam 95% de todas as empresas e respondem por 30% da formação do Produto Interno Bruto (PIB), sendo também o principal empregador, de acordo com dados do IBGE. O empreendedorismo no Pará também tem apresentado crescimento expressivo, especialmente com relação às mulheres.

Portanto, se aliarmos o potencial desses negócios com o impulso que a COP 30 deve trazer para a economia local, teremos uma chance única de promover os produtos da Amazônia, ultrapassando nossas fronteiras e alcançando novos mercados.

Rubens Magno. Foto: Carlos Borges

Exemplos disso são os produtos sustentáveis que já fazem sucesso no Brasil e mundo afora, especialmente relacionados à economia criativa, como as camisas marajoaras, as biojoias, o artesanato miriti e outros produtos ecológicos, além da bioeconomia de produtos oriundos de insumos amazônicos, como o cacau, açaí e cupuaçu. Produtos que chamam a atenção do mundo pelos seus diferenciais, por carregarem consigo sustentabilidade e a ancestralidade dos povos amazônicos. São produtos com história. E, pensando nisso, em breve iremos inaugurar a Agência Ilhas COP 30, na Ilha do Combu, no coração da capital paraense.

Nossa região é tão diversa que, por sua heterogeneidade cultural, ambiental, social e econômica, vai exigir distintas estratégias para estimular sua economia. É esse trabalho de inteligência que o Sebrae/PA tem desenvolvido para despertar nos pequenos negócios e empreendedores o interesse para as boas oportunidades que a COP 30 pode gerar antes, durante e até mesmo depois de sua realização.

A COP 30 vai dar início a uma grande transformação e fazer o mundo enxergar a Amazônia como uma floresta de negócios verdes.

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