Desafios e Soluções: a crise da seca na região amazônica e seu impacto na Economia

Por José Jorge do Nascimento Júnior, presidente executivo da Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Eletroeletrônicos)
Foto: Rafa Neddermeyer/ Ag. Brasil

No cenário global atual, a questão ambiental tornou-se um tema crucial em todas as esferas da sociedade. A crise da seca na região amazônica, especialmente em seus rios, é um exemplo alarmante dos desafios que enfrentamos. Em 2023, a Amazônia testemunhou uma das secas mais severas já registradas, trazendo consequências devastadoras para a economia local, em particular para o Polo Industrial de Manaus.

Durante os meses críticos de outubro e novembro do ano anterior, os rios amazônicos, em especial os rios Negro e Solimões, alcançaram níveis historicamente baixos. Essa redução afetou diretamente a capacidade de navegação, causando transtornos significativos para as empresas estabelecidas na região, que dependem fortemente do transporte fluvial para suas operações.

O impacto inicial foi sentido no próprio Polo Industrial de Manaus, onde a paralisação das atividades fabris se tornou inevitável diante da impossibilidade de transporte de insumos e produtos acabados. Os números falam por si: uma redução de 4,2% na produção industrial em novembro, comparado a outubro, e uma queda alarmante de 10,3% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do IBGE.

As consequências não se limitaram apenas às indústrias; houve um efeito cascata que afetou toda a cadeia de suprimentos e a arrecadação tributária do estado do Amazonas. A redução de R$ 600 milhões na arrecadação tributária em 2023 reflete a magnitude do impacto econômico da seca.

Para as empresas, as perdas financeiras foram expressivas, levando muitas a antecipar seus fluxos de caixa e enfrentar dificuldades no cumprimento de contratos. A situação se agrava ao considerar as projeções para 2024: uma previsão de seca ainda mais intensa, o que pode resultar em consequências ainda mais desastrosas para a economia regional.

José Jorge Junior. Foto: Divulgação

Diante desse cenário preocupante, é imperativo agir com urgência. Medidas como a dragagem dos rios e o reforço da sinalização em trechos críticos são essenciais para garantir a normalidade das operações industriais e comerciais na região. A dragagem, ao manter a profundidade necessária dos rios, assegura uma navegação segura, enquanto o balizamento e a sinalização fortalecem a segurança da navegação, prevenindo acidentes.

A implementação dessas medidas requer um planejamento cuidadoso e uma execução efetiva, exigindo ação imediata por parte das autoridades competentes. A ausência de ações preventivas pode resultar em danos irreparáveis à economia e aos negócios do Polo Industrial de Manaus, colocando em risco milhares de empregos e o desenvolvimento regional.

Diante desse desafio complexo, é crucial reconhecer a importância de medidas preventivas e corretivas para proteger a indústria da Zona Franca de Manaus. Esperamos ansiosamente por medidas práticas que garantam um futuro sustentável para a região amazônica, seus negócios e os empregos de centenas de milhares de trabalhadores.

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