A taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,6% no trimestre móvel encerrado em setembro de 2025, repetindo a menor taxa da série histórica iniciada em 2012.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (31/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa uma queda de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (abril a junho), quando a taxa ficou em 5,8%, e de 0,8 ponto percentual frente ao mesmo período de 2024, quando estava em 6,4%.
A população desocupada recuou para 6,045 milhões de pessoas, o menor contingente desde 2012. Houve redução de 3,3% em comparação com o trimestre anterior (menos 209 mil pessoas) e de 11,8% em relação ao mesmo período de 2024 (menos 809 mil pessoas).
O número de trabalhadores ocupados manteve-se estável em 102,4 milhões, patamar recorde. Já o nível da ocupação proporção de pessoas com trabalho em relação à população em idade ativa ficou em 58,7%.
Carteira assinada e informalidade estável
O número de empregados com carteira assinada atingiu novo recorde, com 39,229 milhões de trabalhadores.
A taxa de informalidade permaneceu em 37,8% da população ocupada, o equivalente a 38,7 milhões de pessoas, abaixo dos 38,8% registrados em setembro de 2024.
Entre os empregados sem carteira assinada, o total foi de 13,5 milhões, número estável no trimestre, mas com recuo de 4% em relação a 2024.
O trabalho por conta própria cresceu 4,1%, alcançando 25,9 milhões de pessoas.
“O nível da ocupação em patamares elevados nos últimos meses indica a sustentabilidade da retração do desemprego ao longo de 2025”, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IB
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Agropecuária e Construção em alta
Mesmo com estabilidade no total de ocupados, dois setores apresentaram crescimento:
- Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura: alta de 3,4%, com mais 260 mil pessoas;
- Construção: aumento de 3,4%, com mais 249 mil trabalhadores.
Houve queda em Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-1,4%, menos 274 mil pessoas) e em Serviços domésticos (-2,9%, menos 165 mil).
Nos demais setores, a ocupação se manteve estável.
Na comparação anual, Transporte, armazenagem e correio cresceram 6,7%, e o grupo Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais teve alta de 3,9%.
Rendimento e massa salarial batem novo recorde
A massa de rendimento real dos trabalhadores chegou a R$ 354,6 bilhões, o maior valor da série histórica.
O rendimento médio real habitual também foi recorde, com crescimento de 4% em relação ao mesmo trimestre de 2024.
Os maiores aumentos de renda foram observados em:
- Agricultura, pecuária e pesca: +6,5%;
- Construção: +5,5%;
- Administração pública e saúde: +4,3%;
- Serviços domésticos: +6,2%.
Adriana Beringuy destacou que “mesmo em estabilidade no trimestre atual, a massa de rendimento registra valor recorde devido a ganhos reais e ao aumento do contingente de trabalhadores alcançados no primeiro semestre de 2025”.
Subutilização e desalento em queda
A taxa composta de subutilização que inclui pessoas desocupadas, subocupadas e potenciais trabalhadoras caiu para 13,9%, o menor nível da série da PNAD Contínua.
O número de subocupados por insuficiência de horas recuou para 4,5 milhões, o menor desde 2016.
A força de trabalho potencial ficou em 5,2 milhões, também no menor nível desde 2015.
Já a população desalentada pessoas que desistiram de procurar emprego caiu para 2,637 milhões, após atingir pico de 5,829 milhões em 2021, no auge da pandemia de Covid-19.
Por Gabriele Oliveira, estagiária de jornalismo, sob a supervisão de Francisco Gomes
Com informações da Agência IBGE Notícias
 
											




