Desmatamento na Amazônia teve a maior queda do ano em novembro

Perda de vegetação foi 80% inferior ao registrado no ano anterior. No acumulado de janeiro a novembro, redução foi de 62%
Foto: Polícia Federal/ Divulgação

Da Redação, com informações da Agência Brasil e Agência Pará

Em novembro, a Amazônia registrou a maior queda na taxa de desmatamento de todo o ano. Levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), consolidado a partir do monitoramento por satélites, indica que a perda de vegetação foi de 116 quilômetros quadrados (km²), 80% a menos do que a área calculada em 2022, quando atingiu 590 km². Esse também foi o menor patamar de desmatamento alcançado em novembro deste 2017.

No acumulado de janeiro a novembro, o desmatamento teve redução de 62%, passando de 10.286 km² em 2022 para 3.922 km², a menor derrubada para o período desde 2017. A taxa ainda preocupa, já que representa 1,2 mil campos de futebol de floresta por dia.

“Acabamos de acompanhar mais uma Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 28, onde as sociedades científica e civil pressionaram por maior redução das emissões de gases do efeito estufa para conseguirmos frear o aquecimento global e os eventos climáticos extremos que estão relacionados a ele. No Brasil, isso significa prioritariamente acabar com o desmatamento na Amazônia, que foi responsável pela maior parte das emissões do país no ano passado”, explica Carlos Souza Jr., pesquisador do Imazon.

O Imazon observa que o Pará, o Amazonas e Mato Grosso são os estados onde há mais casos, quando analisado o período de janeiro a novembro deste ano. Apesar de terem registrado quedas significativas no desmatamento, as três unidades federativas respondem por 74% da área devastada. Rondônia, Acre e Maranhão também registraram redução. Além disso, a organização constatou aumento no desmatamento em três estados: Amapá (240%), Tocantins (33%) e Roraima (27%).

O Imazon também acompanha os avanços ou recuos relacionados à degradação florestal provocada por queimadas ou pela extração madeireira, além dos índices de desmatamento, ou seja, a perda total da vegetação nativa. Em novembro, pelo segundo mês consecutivo, a degradação teve aumento na Amazônia, passando de 739 km², em 2022, para 1.566 km², este ano. Uma alta de 112% de um ano para o outro.

O estado mais afetado pela degradação foi o Pará, que concentrou 70% desse dano ambiental em novembro, seguido de Maranhão (12%), Amazonas (8%), Mato Grosso (6%) e Rondônia (4%). Ao longo do ano, também houve aumento na degradação em fevereiro, março, maio e outubro.

De janeiro a novembro, a degradação também diminuiu. O dano ambiental passou de 9.127 km², em 2022, para 5.042 km², em 2023, uma redução de 45%. “Essa redução foi menor do que a do desmatamento, principalmente por causa das queimadas em estados como Amazonas e Pará, cuja fumaça chegou a afetar cidades como Manaus e Santarém”, avalia Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.

Pará – Embora apareça na dianteira dos índices de desmatamento e degradação florestal, o estado do Pará destaca a redução já alcançada no desmatamento. No último dia 13, a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) divulgou dados do Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam para uma redução de 34% de alertas de desmatamento (96 km²) em relação ao mês de novembro de 2022 (quando a área foi de 146 km²).

Em números absolutos, a redução registrada pelo Pará equivale a uma área de 50 km². Ainda de acordo com a Semas, desde 2020, o Pará vem diminuindo constantemente os seus índices de desmatamento, tanto no Deter quanto no Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), que divulga a taxa anual de redução do desmatamento. Em 2023, o Pará registrou redução de 21% de redução no Prodes, pelo segundo ano consecutivo. O material divulgado pela Semas não faz referência a índices de degradação florestal.

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