PIM registra faturamento recorde e expansão da mão de obra em Manaus
O Polo Industrial de Manaus (PIM) fechou o primeiro semestre de 2025 com resultados históricos. O faturamento alcançou R$ 110,8 bilhões, o maior já registrado para o período, representando crescimento de 13% em relação ao mesmo semestre de 2024.
No mercado de trabalho, o polo também bateu recorde: foram contabilizados 131.464 empregos diretos em junho, uma alta de 6,8% sobre o ano anterior. É o maior volume de postos desde a série histórica recente, reforçando o papel do PIM como motor econômico da região e pilar na geração de renda para a capital amazonense.
De acordo com a Suframa, o crescimento é resultado da diversificação da produção e da retomada de segmentos estratégicos, como o de eletroeletrônicos, duas rodas e bens de informática. A expectativa é de que os indicadores positivos se mantenham no segundo semestre, reforçando a importância do modelo Zona Franca para o desenvolvimento regional e a atração de investimentos.
Porto de Santana (AP) ganha ligação direta com a Grande Baía chinesa
A inauguração da rota marítima direta entre o Porto de Santana (AP) e o Porto de Gaolan, em Zhuhai, na região da Grande Baía chinesa, abre uma nova frente para a exportação de produtos amazônicos. O corredor logístico promete reduzir drasticamente o tempo de transporte: de até 180 dias pelos portos do Arco Norte para apenas 30 a 35 dias. O primeiro navio já saiu da China em direção ao Amapá, e o segundo embarque está previsto para setembro.
O projeto, resultado de articulações entre os governos do Brasil e da China, beneficia setores estratégicos da Amazônia, como a exportação de açaí, castanhas, pescado, carne bovina, madeira e minérios. Além da redução de custos e prazos, a iniciativa oferece infraestrutura diferenciada em Zhuhai, com armazéns refrigerados, congelados e de carga seca, além de prédios exclusivos para até 150 empresas brasileiras que desejem se instalar no mercado asiático.
A expectativa é de que o intercâmbio comercial possa dobrar ou até triplicar nos próximos anos, fortalecendo a bioeconomia e abrindo espaço para novos negócios. A rota também coloca o Amapá em posição estratégica no comércio exterior brasileiro, tornando-se um ponto de conexão direta com uma das regiões mais dinâmicas da economia mundial, que reúne cerca de 120 milhões de consumidores.
Cientistas da Amazônia entregam carta à COP30 com propostas para agenda climática
Em 20 de agosto de 2025, mais de 60 instituições científicas da Amazônia entregaram uma carta ao presidente da COP30, André Corrêa do Lago, em Manaus, com um conjunto de propostas para orientar os debates da conferência em Belém. O documento pede a aceleração da transição energética, a redução do desmatamento e a gestão sustentável das florestas, apontando esses pontos como centrais para enfrentar a crise climática.
A carta também defende a transformação dos sistemas alimentares, a criação de cidades mais resilientes às mudanças climáticas e maior acesso a financiamento internacional voltado a projetos de mitigação e adaptação. Outro eixo importante é a incorporação de tecnologias digitais e inteligência artificial para monitorar desmatamento, prever eventos extremos e apoiar a gestão de territórios.
O documento enfatiza ainda que os compromissos assumidos na COP30 devem se traduzir em ações concretas para a Amazônia, com metas claras de redução de emissões e valorização da bioeconomia regional.
R$ 1,3 bilhão em investimentos industriais são aprovados no Amazonas
Em sua 315ª reunião ordinária, realizada em 21 de agosto, o Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam) aprovou 64 projetos industriais, alcançando R$ 1,3 bilhão em investimentos. O valor representa o maior volume dos últimos dez anos e também o mais expressivo de 2025. A expectativa é que sejam criadas 3,4 mil vagas de trabalho, entre novos postos e mão de obra remanejada. Com esses números, o Amazonas chega a 189 projetos aprovados apenas em 2025.
Em Manaus, entre os destaques, está a Setor Pneus, que pretende implantar uma fábrica de pneus e câmaras de ar para bicicletas e motocicletas, com investimento de R$ 341,4 milhões e a geração de 604 empregos. A Elgin Industrial da Amazônia investirá R$ 69,4 milhões na produção de motores elétricos e monitores (225 vagas).
A GBR Componentes da Amazônia aplicará R$ 190,9 milhões em máquinas de dispensação de medicamentos (98 vagas). No segmento alimentício, a F. H. de Oliveira Peixoto Ltda. terá fábrica de laticínios com R$ 6,4 milhões de investimento e 16 postos de trabalho. No interior do estado, quatro projetos foram aprovados: a Unifruit em Itacoatiara (R$ 2,5 milhões e 21 empregos), a Amazonas Polpas em Iranduba (R$ 386,4 mil e 7 empregos), a Arca Bebidas em Manacapuru (R$ 585 mil e 7 empregos) e a Gideão O. Silva em Presidente Figueiredo (R$ 1,43 milhão e 10 empregos).
Mais seis empresas aderem à iniciativa ZFM+ESG da Suframa
Em agosto, mais seis empresas assinaram o termo de adesão à iniciativa ZFM+ESG da Suframa. As empresas são: FPF Tech, DGB Digiboard, Instituto Mawé, Águas de Manaus, Super Terminais e Chint. Com a integração, a Superintendência alcançou a marca de 21 empresas participantes do programa.
A iniciativa, lançada em março, pela Portaria Suframa nº 1.860/2025, foi criada para incentivar práticas ambientais, sociais e de governança corporativa em empresas, indústrias e demais instituições atuantes na Zona Franca de Manaus e na área de abrangência da Autarquia. O programa estabelece um modelo de adesão voluntária, no qual as empresas assumem compromissos de implementar ao menos uma ação em cada eixo da agenda ESG, sigla em inglês que significa environmental, social and governance, e corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização.
Antes disso, já haviam aderido à iniciativa as empresas: Coca-Cola Recofarma Manaus, Impram, Grupo Technos, Stoneridge, Coplast Indústria Química, BIC, Riolimpo, DD&L Consultores, Visteon, Tutiplast, Flex Industries, Instituto Eldorado, Inventus Power, Termotécnica e LG.
O projeto prevê que cada empresa nomeie um responsável pela agenda ESG, apresente um plano de ação com metas e relate avanços à Suframa. Como contrapartida, a Autarquia acompanhará os resultados, divulgará boas práticas e concederá certificados de participação às empresas que cumprirem os compromissos assumidos. A iniciativa tem duração inicial de um ano, podendo ser renovada conforme avaliação.
Acre receberá R$ 1 bilhão em investimentos para impulsionar economia
O Governo Federal anunciou, em 8 de agosto, o investimento de cerca de R$ 1,1 bilhão em ações no estado do Acre. Setores de infraestrutura, transportes, energia, educação e regularização fundiária serão beneficiados. Uma das iniciativas lançadas é o Acredita Exportação, programa que vai devolver 3% de tributos federais pagos ao longo da cadeia produtiva de bens industriais destinados ao mercado exterior.
Esta e outras ações possibilitam uma maior geração de emprego e renda para a população e, ao mesmo tempo, estimulam os pequenos negócios e a economia do estado: 85% das empresas locais são microempreendedores individuais (MEI), microempresas (ME) e empresas de pequeno porte (EPP).
Também foram divulgadas obras e reparos na BR 364, rodovia federal que atravessa o Acre e pela qual escoa a produção do estado (R$ 870,9 milhões para manutenção e recuperação em quatro lotes); o programa Luz para Todos na Amazônia Legal terá investimentos de R$ 252 milhões em novas obras no Acre, que atenderão a 6 mil famílias em regiões remotas. Na área da educação, um investimento de R$ 33,5 milhões em obras e melhorias para os campi do Instituto Federal do Acre (Ifac).
Além disso, foram assinadas portarias que criam três assentamentos, bem como entregues Contratos de Concessão de Uso para 977 famílias. Também foram formalizados investimentos que impulsionarão a restauração ecológica e o desenvolvimento sustentável. Entre eles, o Restaura Amazônia, com R$ 13,6 milhões para recuperação na Resex Chico Mendes, e a assinatura de um contrato de R$ 9 milhões com o Memorial Chico Mendes para garantir acesso à água potável para comunidades do estado.
Assembleia Legislativa de Roraima autoriza isenção de ICMS sobre venda de tambaqui e pirarucu
Em 12 de agosto, a Assembleia Legislativa de Roraima (ALERR) aprovou, com 15 votos favoráveis, projeto encaminhado pelo Executivo que isenta o ICMS sobre a venda de pirarucu e tambaqui criados em cativeiro, tanto para o mercado interno quanto interestadual. A medida terá validade até 31 de julho de 2027.
O governador Antonio Denarium (Progressistas) destacou que esses peixes são típicos da região e têm forte impacto econômico para o Estado. Segundo ele, a isenção é essencial para garantir a competitividade da produção local, fomentar empregos e renda e estimular a economia regional, além de contribuir com a segurança alimentar.
O presidente da ALERR, deputado Soldado Sampaio (Republicanos), enfatizou a relevância da piscicultura para a balança comercial: Roraima produz mais de 23 mil toneladas de pescado por ano, conforme o Anuário 2025 da Associação Brasileira da Piscicultura. Além disso, destacou que o estado conta com mais de cinco mil viveiros, consolidando-se como referência internacional na produção de tambaqui.
Estado e Prefeitura de Breves dão novos passos para implantação do Distrito Industrial no Marajó
O Governo do Pará e a Prefeitura de Breves avançaram na implantação do Distrito Industrial do Marajó, em reunião com a empresa Allmazon, primeira a adquirir lote no local. A companhia comprou 10 hectares da área total de 202 hectares e apresentou demandas para viabilizar suas operações, como rede de energia elétrica, acesso a crédito pelo FNO, incentivos fiscais e melhorias na pavimentação.
O módulo I do polo industrial prevê 43 lotes e infraestrutura completa, incluindo 2,33 km de vias asfaltadas, sistema de drenagem, ciclovias, calçadas, rede elétrica e paisagismo. A Codec, responsável pelo projeto, assumiu compromisso de mediar com a concessionária Equatorial a instalação da rede elétrica e agendou reunião com o Banco da Amazônia para tratar do financiamento.
Além da Allmazon, outras empresas já manifestaram interesse em se instalar no distrito, entre elas indústrias de pré-moldados, um terminal de combustíveis, uma fábrica de máquinas para bater açaí, além de projetos inovadores, como a produção de café a partir do caroço do açaí. Para organizar a ocupação, a Codec lançou a Ficha de Interesse, disponível em seu site, permitindo mapear as demandas reais do mercado.
Segundo o diretor de Atração de Investimentos da Codec, Manoel Ibiapina, o distrito representa uma oportunidade concreta de dinamizar a economia do Marajó, atraindo empreendimentos e ampliando a geração de empregos. A Prefeitura de Breves também anunciou a construção de um condomínio popular nas proximidades e obras de asfaltamento para melhorar a mobilidade no entorno.
Acre inicia exportação para as Filipinas por meio do Porto de Chancay, no Peru
O Acre oficializou, no dia 1º de agosto de 2025, seu primeiro contrato formal de exportação com as Filipinas, através da empresa Dom Porquito. A operação, avaliada inicialmente em US$ 230 mil, já projeta movimentar até US$ 600 mil por mês, destacando o estado como protagonista emergente no comércio exterior da Amazônia.
O grande diferencial dessa iniciativa é a adoção de uma rota inédita, utilizando o Porto de Chancay, no Peru, que permite reduzir o tempo de transporte de 49 para 23 dias. O plano inicial prevê o envio regular de quatro contêineres mensais, com negociações em andamento para expandir o destino à Malásia.
Durante o evento simbólico de assinatura, o governador Gladson Cameli declarou: “O Acre é o caminho”, ressaltando que a medida está alinhada às metas de internacionalização do estado, com foco em crescimento econômico, geração de empregos e aumento da arrecadação. A Dom Porquito, que já gera mil empregos diretos, planeja dobrar sua capacidade para abater dois mil suínos por dia, consolidando amplas parcerias entre setor público e privado para integrar cadeias produtivas e reforçar a economia regional.
Fabricantes de ar-condicionado pedem revisão do PPB por falta de compressores nacionais
No dia 5 de agosto de 2025, a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) promoveu uma reunião estratégica com representantes da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros) e executivos de empresas fabricantes de condicionadores de ar do Polo Industrial de Manaus, para tratar de um problema crítico: a escassez no fornecimento de compressores nacionais, componente essencial para a fabricação de aparelhos “split”, o que ameaça o cumprimento das exigências do Processo Produtivo Básico (PPB).
Durante o encontro, foi destacada a gravidade da situação: o Brasil possui apenas um fabricante nacional de compressores, que já não consegue atender à demanda atual, comprometendo a viabilidade do modelo de produção local na ZFM.
O PPB estabelece etapas mínimas de industrialização e define uma cota obrigatória de componentes nacionais como condição para usufruir dos incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus. O descumprimento dessa norma pode implicar na perda dos benefícios fiscais, colocando em risco a competitividade da indústria local.
O setor não é apenas relevante para a economia regional: o Brasil é atualmente o segundo maior produtor mundial de condicionadores de ar, atrás apenas da China, o que realça a urgência de buscar soluções para a crise de fornecimento.
