Três rotas fluviais que cortam a Amazônia começam a ganhar destaque no plano de concessões do governo federal. O presidente Lula autorizou a inclusão das hidrovias dos rios Madeira, Tocantins e Tapajós no Programa Nacional de Desestatização (PND), abrindo caminho para que a administração dessas vias de transporte passe às mãos da iniciativa privada.
De acordo com informações divulgadas pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e pelo Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), os projetos ainda estão em fase de estudo. Cada uma das três hidrovias possui características próprias, mas todas são apontadas como estratégicas para o escoamento de cargas, sobretudo de grãos produzidos em Mato Grosso.
A hidrovia do Rio Madeira, que liga Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM) em um trajeto de cerca de 1.075 quilômetros, é considerada a segunda mais importante do Corredor Logístico Norte. Por conectar-se diretamente à hidrovia do Rio Amazonas e à BR-364, tornou-se fundamental para transportar soja, milho e açúcar até os portos da região.
No caso da hidrovia do Rio Tocantins, que se estende de Belém (PA) a Peixe (TO) em aproximadamente 1.731 quilômetros, a Antaq aponta que entre Marabá (PA) e Barcarena (PA) já existe alguma navegação comercial. Porém, para que todo o potencial seja aproveitado, seriam necessárias intervenções como a remoção de pedras em trechos críticos e serviços de dragagem.
Já a hidrovia do Rio Tapajós, que percorre 250 quilômetros entre Itaituba (PA) e Santarém (PA), é vista como promissora para o transporte de grãos até portos como os de Santarém (PA), Santana (AP) e Barcarena (PA). A Antaq avalia que, caso a duplicação da BR-163 e a construção da Ferrogrão avancem, o crescimento da rota será “vigoroso”.
Com a inclusão no PND, as três hidrovias se tornam prioridade dentro da agenda de infraestrutura do governo, que busca atrair investimentos privados para acelerar obras e dar maior eficiência ao transporte de cargas na Amazônia.
Fonte: da redação com informações da Antaq