A sétima carta da presidência da COP30, divulgada na última semana pelo embaixador André Corrêa do Lago, faz um chamado direto ao setor privado para que assuma papel de liderança na transição climática. O documento reforça que a mudança para uma economia de baixo carbono é inevitável e que empresas que se engajarem desde já terão condições de prosperar em um cenário internacional marcado por pressões socioambientais.
De acordo com a carta, a Conferência, que será realizada em Belém em novembro, não se limitará a declarações de compromisso, mas exigirá ações concretas. Para isso, foi estruturada a Agenda de Ação Climática da COP30, composta por seis eixos e 30 objetivos estratégicos, que visam alinhar políticas globais com iniciativas locais, com mecanismos de monitoramento e avaliação periódica. O texto enfatiza que a credibilidade dos compromissos dependerá de transparência e resultados verificáveis.
O documento também apresenta dados sobre o avanço da economia verde no mundo. Em 2024, os investimentos em energia limpa alcançaram a marca de US$ 2 trilhões, gerando cerca de 35 milhões de empregos. No Brasil, os títulos verdes já superaram 30 bilhões de reais emitidos, e o setor de energias renováveis contabiliza aproximadamente 1,5 milhão de postos de trabalho. A mensagem da Presidência é de que a transição não representa apenas um desafio, mas sobretudo uma oportunidade econômica e social.
Belém, cidade-sede da COP30, aparece na carta como símbolo da urgência climática. Apesar das dificuldades logísticas, a escolha da capital paraense foi apresentada como oportunidade de colocar a Amazônia no centro da tomada de decisões e de aproximar o debate da realidade de populações diretamente afetadas pelas mudanças do clima. “Ir até Belém é arregaçar as mangas, ouvir, aprender e somar”, destacou Corrêa do Lago, ao defender a participação ativa das empresas no processo.
Fonte: Repam Brasil
