Petróleo na Amazônia: uma oportunidade para superar abismos socioeconômicos e trilhar o caminho para a transição energética

Por Alex Carvalho – Presidente do Sistema FIEPA
Alex Carvalho - Foto: Dvulgação

Nunca se falou tanto na preservação da Amazônia quanto agora, mas é preciso colocar no centro dos debates os habitantes da região. Historicamente, as regiões Norte e Nordeste sempre apresentaram o maior número de pessoas vivendo em situação de pobreza e extrema pobreza no país. Os municípios do arquipélago do Marajó, no Pará, por exemplo, têm os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país. Mas este cenário pode mudar com a exploração de petróleo na margem equatorial.

A nova fronteira petrolífera brasileira vai desde o Amapá até o Rio Grande do Norte, incluindo as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar. Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a exploração de petróleo deve criar mais de 320 mil novos empregos formais, adicionar R$ 65 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) nacional e mais R$ 3,87 bilhões em arrecadação indireta. O Pará, que está no projeto, pode ser beneficiado com quase 52 mil empregos e um aumento de 6,2% no PIB, correspondente a R$ 10,7 bilhões.

Para o setor produtivo, a exploração de petróleo é uma ferramenta de transformação da realidade, com o desenvolvimento da economia local e melhora da qualidade de vida da população. Tudo isso, mantendo sempre o respeito às pessoas e ao meio ambiente. A atividade petrolífera também irá criar oportunidades de negócios para fornecedores locais, pequenas e médias empresas que irão atender à crescente demanda por serviços e produtos criada pela instalação de um grande empreendimento, gerando emprego e renda para o nosso povo.

Com o aumento da arrecadação de impostos e pagamentos de royalties, há também a expectativa de maiores investimentos por parte do Executivo em políticas públicas e promoção de centros de estudos e pesquisas para a qualificação de profissionais locais. Melhorias em Infraestrutura e Logística também são esperados para atender às necessidades de operação e crescimento das atividades portuárias e marítimas na região.

“A perfuração é um procedimento necessário para investigar o potencial da reserva petrolífera. Para o setor produtivo, essa investigação é essencial para discutir a viabilidade do projeto e a necessidade de mais estudos e diálogos com a sociedade.”, Alex Carvalho – Presidente do Sistema FIEPA

Nós entendemos que tudo isso são projeções, mas é crucial discutir e compreender a riqueza presente em nossa região. No ano passado, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama) negou a licença solicitada pela Petrobras para a perfuração de um poço no Amapá, a mais de 500 km da foz do Rio Amazonas. A perfuração é um procedimento necessário para investigar o potencial da reserva petrolífera. Para o setor produtivo, essa investigação é essencial para discutir a viabilidade do projeto e a necessidade de mais estudos e diálogos com a sociedade.

Muitos podem apontar para a necessidade do uso de fontes de energia mais limpas. Porém, o mundo ainda depende de combustíveis fósseis que, inclusive, serão fundamentais para a transição energética. Os valores obtidos pela exploração do petróleo também podem (e devem) ser direcionados para a criação de tecnologias para a produção de energia verde. A Petrobrás, empresa que estará à frente do projeto, também será a responsável pela descarbonização e segurança energética durante a transição para uma economia sustentável.

A indústria paraense acredita que a exploração do petróleo poderá pavimentar o caminho para um futuro mais sustentável e desenvolvido para o Pará, a Amazônia e o Brasil, reduzindo desigualdades e criando mais oportunidades para as regiões Norte e Nordeste. Manter a floresta em pé é importante, dar dignidade às populações que vivem na Amazônia, também é. E quando o local em que elas moram pode proporcionar melhores condições de vida, é preciso considerar esta opção, não deixando com que agendas externas se sobreponham às vozes locais.

Entrevistas

Rolar para cima