O Pará é o 10º Estado a receber o lançamento do Plano Brasis, que discute o futuro do turismo internacional, nesta segunda-feira (22), em evento no Museu de Arte Sacra, no centro histórico de Belém. O lançamento do plano é uma parceria com o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Turismo (Setur), e articulação da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo ), Ministério do Turismo e Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). A iniciativa conta com diretrizes para diversificar e fortalecer a promoção turística dos destinos e atrativos paraenses no exterior.
O objetivo é reposicionar a imagem do Pará no mercado global como um polo de turismo de experiências autênticas e transformadoras, como a biodiversidade única da Floresta Amazônica, a riqueza cultural, a sustentabilidade e as experiências turísticas de base comunitária.
O evento reuniu integrantes de diversos segmentos do trade turístico do Estado e autoridades, como o presidente da Embratur, Marcelo Freixo; o ministro do Turismo, Celso Sabino; o secretário de Turismo do Pará, Eduardo Costa; e o diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno.
Competitividade – O secretário Eduardo Costa destacou que o Plano Brasis é estratégico para a atuação do turismo no Pará. “A Setur tem como missão trabalhar o turismo de forma sustentável e integrada, fazendo com que o Destino Pará seja mais competitivo lá fora. Hoje, as diretrizes apresentadas estão diretamente ligadas com o que já fazemos no Estado com cooperação, ética e inovação, além de valorização profissional e sustentabilidade. Estamos comprometidos em cumprir o Plano, que vai destacar ainda mais o Estado e traçar as melhores estratégias de promoção internacional”, ressaltou.
“O Plano Brasis será o sinalizador, o farol para nos guiar no futuro do turismo no Brasil. O Estado está preparado para receber o mundo, e graças à divulgação lá fora, teremos oportunidade de melhorar acima de tudo a renda do nosso povo, trazendo melhores dias para todos nós”, frisou Eduardo Costa.
I
nvestimentos – A secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal, abordou no evento a transversalidade entre turismo e cultura, e a experiência que o turista busca ao conhecer um destino. “A indústria criativa e a economia da cultura estão diretamente conectadas à estratégia de fortalecimento do nosso turismo. O turista busca experiências que toquem sua subjetividade e carreguem memórias sensíveis dos lugares por onde passa. Ao investir em gastronomia, artesanato, biojoias, turismo de base comunitária e eventos culturais, estamos valorizando saberes tradicionais e urbanos da Amazônia. Em 2022, o Governo do Pará investiu R$ 182 milhões na indústria criativa, gerando um impacto de R$ 1,2 bilhão na economia. Isso mostra como cultura e turismo caminham juntos para gerar desenvolvimento, identidade e oportunidades”, disse a titular da Secult.
Para Rubens Magno, o Plano chega em um bom momento para o Estado. “Hoje, 97% dos negócios ligados ao turismo são pequenos. Por isso, é fundamental que o Sebrae esteja totalmente presente em um projeto como o Plano Brasis. Já atuamos em quase 200 roteiros turísticos pelo País, justamente para integrar e fortalecer o turismo nacional com foco no mercado internacional. No Pará, criamos cinco roteiros estratégicos que destacam as diversas experiências que nosso Estado oferece: da Rota do Chocolate, passando pelo turismo de ilhas com a Rota do Combu, até as rotas da Imigração Japonesa, Amazônia Azul e Tempo das Águas, em Alter do Chão”, disse o diretor-superintendente do Sebrae no Pará.
Modelo econômico – Na avaliação de Marcelo Freixo, o turismo internacional está crescendo, atraindo cada vez mais turistas para o Brasil. “Estamos batendo todos os recordes. Em 2024, o Brasil atingiu 6,77 milhões de turistas internacionais, o maior número da história. Isso gerou uma receita de 7,3 bilhões de dólares, com muita geração de emprego e sendo uma atividade sustentável. Quando olhamos para o século XXI, temos a certeza de que o turismo representa uma solução real para um novo modelo econômico e de desenvolvimento. É preciso tirar o turismo da gaveta onde ele sempre foi colocado”, destacou o presidente da Embratur.
“O Plano atualiza o Brasil, moderniza nossa comunicação com o mundo, cria um padrão nacional de promoção e, ao mesmo tempo, especifica o que deve ser feito em cada região, como qual é o mercado que vem para Belém; qual é o mercado que vem para o Pará; adianta promover o destino em uma feira onde o turista daquele país não tem interesse de vir para cá? Qual melhor época e como promover? Tudo isso é feito com inteligência de dados. O Plano Brasis é uma ferramenta de ação que a Embratur entrega a cada Estado, para melhorar a qualidade da promoção internacional e atrair mais recursos”, explicou Marcelo Freixo.
O ministro Celso Sabino também destacou os números expressivos de turistas, que alcançaram a marca de 7 milhões de turistas internacionais no Brasil. “Graças a essa importante parceria com o Governo do Pará, com todos os atores do trade que fazem turismo no Estado, a gente tem conseguido grandes marcas e resultados, ainda faltando três meses para o ano ser concluído. A nossa perspectiva é encerrarmos o ano atingindo a marca de 10 milhões de turistas internacionais visitando o nosso País esse ano. Já no Estado do Pará, que no ano passado cresceu 50% o seu turismo internacional, este ano a nossa perspectiva é crescer 100% em relação ao ano passado, que já foi um ano de recorde. Muitas obras de infraestrutura têm sido realizadas através dessa parceria Governo do Pará e governo federal. Nunca antes se quis tanto viajar para o Pará como estão querendo agora. E hoje, com o lançamento do Plano Brasis, teremos mais uma ferramenta estratégica adaptada à realidade do Pará, destacando seus diferenciais e o potencial no mercado internacional”, enfatizou Celso Sabino.
Caminhos estratégicos – O Plano Brasis é um plano de marketing internacional, que sucede o Plano Aquarela, definindo as diretrizes para a promoção internacional do Brasil até 2027, e será lançado em todas as unidades da Federação. O documento está alinhado ao Plano Nacional de Turismo 2024–2027, e foi construído com ampla participação de estados, municípios, entidades do setor turístico, setor privado e sociedade civil.
Visando posicionar o Brasil como um destino internacionalmente reconhecido por sua diversidade e experiências turísticas autênticas e sustentáveis, o Plano Brasis apresenta uma estratégia de marketing estruturada em cinco objetivos, que se desdobram em caminhos estratégicos, direcionamentos táticos e um conjunto de ações, programas e projetos a serem implementados até 2027.
Protagonismo – A apresentação do plano de ação exclusivo para o Pará destacou a proposta de transformar a pluralidade amazônica existente no Estado em vantagem competitiva global, articulando ações de marketing internacional, fortalecimento da conectividade e promoção digital nos mercados estratégicos. Além disso, o documento traz orientações para a promoção internacional do turismo no território paraense. O objetivo é posicionar o Pará como protagonista na atração de turistas estrangeiros, integrando o planejamento nacional de marketing turístico e adaptando diretrizes globais aos atrativos locais, valorizando a diversidade cultural, a natureza e a gastronomia do Pará.
Na apresentação do Plano, o presidente da Embratur destacou as ações para ampliar o fluxo de turistas estrangeiros, que somaram 33,2 mil entradas em 2024, oriundas principalmente do Suriname, da França, dos Estados Unidos, Portugal e Alemanha.
A conectividade foi um dos pontos de destaque, com novas rotas já anunciadas, além do reforço da temporada de cruzeiros que atrai visitantes da América do Norte e Europa. Em 2024, o Pará registrou 779 voos internacionais, incluindo rotas diretas a partir dos Estados Unidos, Portugal, Suriname e Guiana Francesa.
Baseando-se na estratégia de dados da Embratur, os mercados prioritários definidos incluem Estados Unidos, França, Portugal, Reino Unido e Alemanha, além de Países Baixos, Itália, Colômbia e Canadá.
Sobre as motivações dos turistas que escolhem o Pará, o lazer se destaca, representando 56% das chegadas, impulsionadas por atrativos, como a gastronomia de Belém, já reconhecida pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), e destinos como Santarém/Alter do Chão, Ilha do Marajó, Área de Proteção Ambiental de Ajuruteua (no município de Bragança, nordeste do Estado) e Parque Zoobotânico Mangal das Garças, em Belém.
Fonte: Agência Pará