Preços ao produtor no Brasil têm queda recorde de 3,07% em maio, aponta IBGE

Resultado levou índice acumulado em 12 meses a cair 9,20%
Fábrica de balas Simas - Foto: Divulgação

Os preços ao produtor no Brasil recuaram pelo quarto mês seguido em maio e no ritmo mais intenso já registrado, com a deflação em 12 meses atingindo recorde desde o início da série histórica, em 2014.

O Índice de Preços ao Produtor (IPP) caiu 3,07% em maio na comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (29).

Em abril, o IPP havia recuado 0,35%, e a leitura de maio marcou a queda mais forte da série, superando o recuo de 3,04% visto em agosto de 2022.

O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a cair 9,20%, marcando também a maior retração da série histórica para esse indicador.

Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 20 apresentaram variações negativas de preço. As atividades industriais responsáveis pelas maiores influências foram refino de petróleo e biocombustíveis (-1,16 p.p.), outros produtos químicos (-0,47 p.p.), indústrias extrativas (-0,47 p.p.) e alimentos (-0,42 p.p.).

Já as variações mais expressivas vieram de refino de petróleo e biocombustíveis (-10,47%), indústrias extrativas (-9,32%), outros produtos químicos (-5,78%) e papel e celulose (-5,51%).

“Nos últimos cinco meses, vemos uma crescente valorização do real em relação ao dólar. Isso faz com que ocorra uma diminuição dos preços na moeda brasileira, uma das razões que explicam o maior número de atividades com redução de preços. Os setores exportadores, naturalmente, são os mais afetados”, explicou Alexandre Brandão, analista do IBGE.

O IBGE destacou que o setor de retino de petróleo e biocombustíveis marcou o sexto resultado negativo consecutivo e o maior desde abril de 2020 (-20,61%), sob o peso do recuo no preço do óleo diesel, produto de maior peso na atividade.

“Há uma ligação direta entre a queda de preço do óleo bruto de petróleo, observada não só no Brasil como no mundo todo, e os produtos de refino. A maior oferta atual de petróleo provoca uma redução de preço”, completou Brandão.

O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.

Fonte: Reuters

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