A produção de bicicletas no Polo Industrial de Manaus (PIM) deve encerrar 2025 com um total estimado de 330 mil unidades fabricadas, segundo a nova projeção da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo). A estimativa anterior era de 320 mil unidades, mas a demanda crescente, especialmente pelos modelos elétricos, levou o setor a revisar os números para cima.
De acordo com o vice-presidente do segmento de bicicletas da Abraciclo, Fernando Rocha, o cenário é de estabilidade e expansão controlada. “Estamos atravessando uma fase de crescimento sustentável, com um portfólio diversificado e capacidade de atender às demandas do mercado”, afirmou. Ele observa que o último trimestre do ano, impulsionado por datas como o Dia das Crianças, Black Friday e Natal, tende a consolidar o bom desempenho da indústria.
Elétricas impulsionam o novo ciclo de crescimento
As bicicletas elétricas continuam sendo o principal vetor de crescimento dentro do PIM. Embora a produção total entre janeiro e setembro (270.050 unidades) tenha registrado uma leve queda de 2,9% em relação ao mesmo período de 2024, os modelos elétricos tiveram alta expressiva de 144,8%, somando 33.334 unidades fabricadas. Essa categoria já responde por 12,3% do total produzido, um salto considerável frente aos 4,9% registrados no ano anterior.
Segundo Rocha, o avanço reflete a transformação dos hábitos urbanos. “O consumidor busca soluções mais rápidas, econômicas e sustentáveis para se locomover. A bicicleta elétrica vem ganhando espaço como alternativa real de mobilidade nos grandes centros”, explicou.
Predomínio das mountain bikes e diversificação do portfólio
Apesar da expansão das elétricas, o segmento de mountain bikes (MTB) segue como líder absoluto da produção, representando 51,3% do total fabricado no PIM. Em seguida aparecem as bicicletas das linhas Urbana/Lazer (19,7%) e Infantojuvenil (13,4%), segundo a Abraciclo.
A entidade aponta que, apenas em setembro, as MTBs mantiveram a dianteira, seguidas pelas categorias Urbana/Lazer e Elétrica, confirmando a tendência de diversificação do mercado nacional — um movimento que reflete tanto a recuperação do poder de compra dos consumidores quanto o esforço das fabricantes em atender diferentes perfis e faixas de preço.
Sudeste permanece como principal destino
O Sudeste segue concentrando a maior parte das bicicletas produzidas no Polo Industrial de Manaus, com 55,7% da distribuição total entre janeiro e setembro. O Sul aparece na sequência, com 15,4%, seguido pelas regiões Nordeste (12,1%), Centro-Oeste (9,9%) e Norte (6,9%).
Em setembro, o Sudeste ampliou ligeiramente sua participação, alcançando 57,4% da distribuição nacional. Para a Abraciclo, esse desempenho reflete o tamanho do mercado consumidor da região, especialmente em estados como São Paulo e Minas Gerais, onde o uso da bicicleta, tanto elétrica quanto tradicional, tem crescido em meio às discussões sobre mobilidade urbana e transição energética.
Com informações da Abraciclo