Produção de motos supera projeções e cresce 11,3% em 2023

Balanço da Abraciclo registra a produção de 1,573 milhão de unidades de motocicletas no ano passado. Para 2024, expectativa é de crescer ainda mais
Foto: Abraciclo/Divulgação

Yasmim Tabosa, com informações da Abraciclo

Em 2023, as fabricantes de motocicletas instaladas no Polo Industrial de Manaus (PIM) produziram 1,573 milhão de unidades. Esse desempenho superou a expectativa da associação em alcançar 1,560 milhão unidades produzidas, tornando-se o melhor resultado anual alcançado pelo setor desde 2013.

De acordo com o levantamento da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo), o volume é 11,3% superior ao registrado em 2022. Para 2024, a entidade aposta em um crescimento de 7,4%, o que corresponde a 1,690 milhão de motocicletas.

“Todas as fabricantes mantiveram o ritmo de produção, apesar das dificuldades surgidas no decorrer do ano. Isso comprova o esforço do setor na busca do crescimento sólido e sustentável”, explica Marcos Bento, presidente da Abraciclo, durante coletiva de imprensa realizada on-line nesta sexta-feira, 12.

O presidente da instituição destaca o número de produção de 2023 como surpreendente, uma vez que o período presenciou a maior seca já registrada na história do Amazonas, fazendo com que o setor enfrentasse problemas tanto na logística, quanto na reposição de componentes.

“A seca desse ano fez com que as autoridades se unissem para a tomada de medidas em relação a termos de urgência. O que a gente tem feito é levar o nosso pleito para que sejam melhoradas as condições fluviais. Além disso, também, temos um grande desejo pela BR-319. Esse é um anseio daqueles que produzem na Região Norte. Para 2024, esperamos uma seca menos rigorosa refletindo sobre nossos custos e logística na entrada e saída de produtos”, explicou Bento.

Apesar dos entraves, vale destacar que o faturamento do setor foi de R$ 31 bilhões, o que também gerou mais de 150 mil empregos diretos em todo o Brasil.

Exportações – Apesar do bom resultado geral, no caso das exportações, os números destoam, já que, em 2023, as associadas da Abraciclo exportaram 32.931 motocicletas – uma retração de 40,5% na comparação com o ano anterior.

Somente em dezembro, as exportações somaram 1.069 unidades, o que representou uma redução de 72,8% na comparação com o mesmo mês de 2022 e de 25,6% em relação a novembro.

Projeções – Além do crescimento superior a 7% projetado para o setor de motocicletas em 2024, a Abraciclo espera um ano com mais oportunidades para o setor, que engloba a regulamentação da reforma tributária e leis complementares, além da implementação de novas tecnologias e possíveis novos associados à entidade.

No varejo, a perspectiva é que sejam emplacadas 1.700.000 motocicletas, volume 7,5% superior em relação a 2023. As exportações deverão alcançar 35.000 unidades, aumento de 6,3% sobre o volume registrado no ano passado.

“A projeção se baseia nos cenários macroeconômicos do Brasil, considerando fatores como as expectativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), inflação, variações nas taxas de juros, confiança do consumidor etc. Nossa meta é seguir crescendo de forma sustentável e retornar ao patamar de produção de dois milhões de unidades nos próximos anos”, afirma Bento.

“A entrada de novos players tem sido anunciada, o que mostra a pujança do mercado brasileiro e do seguimento de duas rodas. Somos o maior player fora do seguimento asiático, então a gente espera novos associados para a Abraciclo”, conclui.

Produção de bicicletas foi bem abaixo do esperado

Quanto à produção de bicicletas, a projeção para 2023 foi de 510 mil unidades, o que já correspondia a uma variação 14,9% menor que a de 2022. Contudo, o ano fechou um número ainda menor que o projetado: foram produzidas 456,9 mil unidades, 23,7% a menos que a produção de 2022.

“Para 2024, o planejamento da indústria será de um viés mais moderado. Houve muitas apostas, ao longo da pandemia (de covid-19), de uma escalada de produção muito grande, então, haverá uma moderação de investimentos em relação a isso. O foco é ainda essa recuperação de caixa”, destacou Fernando Rocha, vice-presidente do Segmento de Bicicletas.

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