Apenas 47 dos 196 países esperados estão com presença confirmada na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que acontecerá em Belém, no Pará, em novembro. O número, divulgado pelo secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, reflete a crescente dificuldade de acomodação diante do alto custo dos hotéis na capital paraense.
Para efeito de comparação, durante a COP29, realizada em Baku, no Azerbaijão, em novembro de 2024, as expectativas foram bem mais otimistas: 193 das 196 delegações enviaram representantes ao evento, consolidando-o como o segundo maior da história em número de países participantes. O contraste entre os dois eventos evidencia um cenário preocupante para a COP30, com uma adesão amplamente inferior, ainda que o número de delegações não reflita exatamente o total de participantes individuais, como aconteceu em Baku, que chegou a ter mais de 65 mil inscritos.
A crise de hospedagem é apontada como o principal fator que está impedindo a confirmação de muitas delegações. Preços abusivos em Belém têm sido registrados: em algumas plataformas, diárias de acomodações chegaram a superar os US$ 9 000, o que levou a críticas internacionais e a uma pressão por parte de países para que o evento fosse transferido ou que houvesse intervenção para conter os custos.
Atualmente, o Governo Federal afirma que Belém já conta com cerca de 53 mil leitos disponíveis para a COP30, número suficiente para acomodar os aproximadamente 50 mil participantes esperados. A estrutura inclui hotéis, imóveis privados cadastrados na plataforma oficial de hospedagem e 2,4 mil quartos individuais reservados para a ONU, com tarifas diferenciadas de acordo com a situação econômica de cada país. A atualização foi divulgada nesta semana, em meio às críticas sobre preços abusivos praticados por parte do setor hoteleiro.
Mesmo com esses esforços em andamento, a participação de nações segue limitada. Alguns países obtiveram hospedagem de forma independente, por meios alternativos à plataforma oficial, como é o caso do Japão, Noruega, Arábia Saudita, Canadá, Egito, Espanha, Portugal e República do Congo. A situação preocupa não apenas pela baixa adesão numérica, mas também pelo risco de exclusão de países menos desenvolvidos e de vulneráveis que enfrentam ainda mais dificuldade em arcar com os custos, podendo comprometer a representatividade e a efetividade das negociações climáticas.
Fonte: da redação com informações da Agência Brasil e Info Money