Tanara Lauschner, reitora eleita da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), traz na bagagem uma gama de experiências profissionais. Engenheira eletricista de formação, a nova reitora tem uma trajetória consolidada na Ufam, onde atua como professora titular e pesquisadora. Conhecida por sua atuação política, especialmente em pautas relacionadas à tecnologia e defesa da educação pública, Tanara é professora do Instituto de Computação da Ufam com doutorado em Informática.
A nova gestora da Ufam traz na bagagem ainda uma gama de experiências nacionais e internacionais: foi subsecretária de Ciência e Tecnologia para a Amazônia, conselheira do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), participando de várias discussões em eventos dentro e fora do país, nessa área de governança da internet, além de ser Diretora de Relações Profissionais da Sociedade Brasileira de Computação.
Defensora de pautas como a modernização da gestão universitária com foco em inovação, transparência e inclusão; da qualidade na graduação, pós-graduação, e no incremento de mais projetos de pesquisa e extensão, Lauschner deve tomar posse no início de julho, e desde já se propõe a tornar a Ufam mais próxima da comunidade para tratar de assuntos de interesse da região. Confira a entrevista na íntegra.
QUAL VAI SER A PRIORIDADE DA SUA GESTÃO COMO REITORA DA UFAM?
No início da gestão vamos priorizar questões de infraestrutura, de água, luz, internet, de transporte, de segurança, algo que atinge toda a universidade. Mas também vamos melhorar e modernizar a nossa administração. Vamos trabalhar no combate ao assédio que existe dentro da universidade. E, ainda nesse início, vamos fazer ações para que tenhamos cursos de graduação e pós-graduação de excelência.
EM CAMPANHA, SUA CHAPA SE COMPROMETEU COM A VALORIZAÇÃO DA PÓS-GRADUAÇÃO E DA PESQUISA DE EXCELÊNCIA, ALÉM DE PROPOR A IMPLEMENTAÇÃO DE UMA POLÍTICA INDÍGENA, VOLTADA A GARANTIA DOS DIREITOS DOS POVOS ORIGINÁRIOS E À PROMOÇÃO DE AÇÕES AFIRMATIVAS. COMO A SENHORA VAI TRATAR ESSAS QUESTÕES?
São duas questões distintas, vou começar pelo final, pela política indigenista. Nós estamos num Estado que é o mais indígena do país. Vemos iniciativas de inclusão, de inserção, de políticas afirmativas para os indígenas, em universidades de outros Estados, que a gente não tem ainda aqui na Ufam. Então, nós precisamos, por exemplo, fazer um vestibular indígena. Precisamos ter cursos que valorizem os saberes tradicionais. Precisamos valorizar a questão da língua. Imagina, se a gente vai para um país onde não conhece a língua, tem dificuldade, né?
Os indígenas são obrigados a aprender a nossa língua, que muitas vezes não é a língua que eles aprenderam primeiro. Então, essas questões a gente precisa levar em consideração, não pensar só na graduação. Como a gente integra, por exemplo, a extensão com uma maior participação da cultura indígena, das políticas indígenas dentro da universidade? Então, são programas que a gente pretende fazer.
Em relação à pesquisa e a pós-graduação, a gente quer separar a pró-reitoria de pesquisa da pós-graduação. Precisamos fazer ações para que os nossos programas de pós-graduação melhorem as suas notas junto à Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que é quem avalia os programas de pós-graduação. As notas vão de 3 a 7. Hoje, a gente não tem nenhum programa nível 7 aqui na Ufam. Temos um programa só de nível 6 – que é o nosso aqui do Programa de Pós-Graduação em Informática (PPGI) – e nenhum nível 5. A gente tem programas nível 4 e nível 3.
Então, se faz necessário colocar um programa de fortalecimento da nossa pós-graduação que visa apoio para participação em eventos, apoio para publicação, tradução, workshops de avaliação, a participação dos nossos professores e professoras em fóruns, em conselhos nacionais. Isso é muito importante para que se consiga mostrar o quanto a realidade de pesquisa é diferente aqui na nossa região. A avaliação não pode ser com o mesmo sarrafo. A avaliação que é feita para o sudeste, não pode ser a mesma avaliação que é feita para o norte. Isso não quer dizer que a gente não tenha a mesma qualidade. Não é isso. A gente tem uma realidade diferente que precisa ser olhada de maneira diferente.
A SENHORA PROPÔS MUDANÇA SIGNIFICATIVA NA LIDERANÇA DA UFAM, REFLETINDO O DESEJO DA COMUNIDADE ACADÊMICA POR UMA GESTÃO MAIS PARTICIPATIVA E ALINHADA COM OS DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS DA EDUCAÇÃO SUPERIOR. DE QUE FORMA PRETENDE ATUAR COM ESSE TEMA?
Eu acho que a gente tem um modo de gestão da Ufam e das universidades federais, em geral, que é um modo participativo. A gente tem todas as decisões, praticamente, que são colegiadas. Tem colegiados em vários níveis, até chegar no colegiado maior, que é o Conselho Universitário. Nós temos transparência, principalmente em relação ao que é exigido por lei. Mas no dia a dia, as pessoas acabam conhecendo pouco do que a universidade está fazendo para dentro e para fora.
Então, essa nossa comunicação interna precisa melhorar e a gente pode usar não só mecanismos mais modernos, mas ferramentas modernas de comunicação também. Vou te dar um exemplo simples. A gente fez um vídeo falando do processo da lista tríplice e depois como é que ia ser a nomeação. E todo mundo agradeceu muito, porque não era algo que eles sabiam como acontecia, como fazia. E é uma coisa simples, de certa forma, de ser comunicada.
SUA INTENÇÃO É MODERNIZAR A COMUNICAÇÃO, APROVEITANDO AS NOVAS MÍDIAS, PARA MOSTRAR EFETIVAMENTE A UFAM PARA A SOCIEDADE?
A Ufam faz muita coisa, porém a sociedade sabe pouco do que é feito. A gente precisa comunicar melhor e isso passa por uma relação melhor da reitoria e da nossa gestão superior com os órgãos de imprensa. Precisamos articular melhor, no sentido de não só a reitora falar os assuntos da universidade, mas todas as pessoas que participam dos projetos terem mais espaço e com isso a gente possa divulgar mais o que a gente faz.
NO INÍCIO DA ENTREVISTA, A SENHORA FALOU DOS PROBLEMAS DE INFRAESTRUTURA QUE A UFAM ENFRENTA, ENVOLVENDO ENERGIA, ÁGUA, SEGURANÇA, INTERNET, LIMPEZA, ENFIM, TUDO QUE FAZ PARTE DO CAMPUS. DE QUE FORMA PRETENDE TRATAR ESSAS QUESTÕES?
Estamos passando por esse processo de transição, e vamos receber um diagnóstico da gestão, em relação a cada uma dessas situações. Como a gente estava fora da gestão, não sabia, de fato, a situação. Mas o que posso dizer é que são situações distintas, que têm soluções diferentes. A gente sempre tem que olhar não só o Campus Manaus, porque temos mais cinco unidades que não ficam aqui. Temos por exemplo, a Faculdade de Enfermagem, o Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV), temos a Faculdade de Medicina. São realidades diferentes também. Então, por exemplo, a gente tem muito problema de falta de manutenção em ar-condicionado e precisa ter sempre cobertura de contrato para isso.
QUANTO A QUESTÃO DE QUEDA DE ENERGIA. QUAIS AS SOLUÇÕES PARA DIMINUIR ESSAS QUEDAS?
Uma delas é a manutenção, outra é a poda de árvores. São situações que a gente pode diminuir, mas a gente precisa, de fato, de uma nova subestação aqui no campus para que a nossa rede fique isolada, fique somente na rede de alta tensão. E aí a gente vai ter essa diminuição de quedas de energias externas
E SE AUMENTAR OS GERADORES?
É uma possibilidade. Nós temos geradores aqui nesse prédio que a gente está, e aqui ao lado também, no Centro de Informação e Comunicação (Cetic). A reitoria tem gerador em alguns prédios. No entanto, isso não é uma solução, nem do ponto de vista ambiental, porque temos geradores a diesel. Precisamos, de fato, pesquisar, fontes alternativas de energia, e ver o que se pode usar dentro da universidade. Temos projeto com luz solar, mas a luz solar gera energia enquanto tem sol. Então, são soluções que precisam ser pesquisadas, avaliadas.
Agora, essas soluções de longo prazo, todas ela, precisam de mais recursos, e esse recurso a universidade não tem. O recurso que a universidade recebe pela Lei Orçamentária Anual (LOA), é muito limitado, está praticamente todo comprometido com a folha de pagamento. A universidade recebe por ano quase R$ 1 bilhão do Ministério da Educação e Cultura (MEC), só que 80% desse valor está comprometido com o pagamento dos servidores.
A UNIVERSIDADE TEM MUITAS DÍVIDA ANTIGAS?
Algumas sim, mas nada que inviabilize algum tipo de serviço. Tenho conhecimento de algumas dívidas que a universidade tem, porém, nesse processo de transição a gente vai saber como está sendo negociado, e a nova reitoria vai dar encaminhamento nisso. A gente precisa sempre negociar, sempre conversar. O que se precisa de fato é buscar mais recursos. Porque em todas essas ações que estamos falando, tem que buscar recursos. E a gente sabe que dependendo da natureza da ação, vai buscar o recurso em determinado lugar, porém, tem lugares que vai conseguir e tem outros que você não vai conseguir.
EXISTE ALGUM PROGRAMA, OU ALGUM INCENTIVO, POR PARTE DA UNIVERSIDADE PARA TENTAR FOMENTAR O SETOR PRIVADO, SEJA NA ÁREA DA INDÚSTRIA, QUE POR OBRIGATORIEDADE TEM A QUESTÃO DO P& D, NA ÁREA DE INFORMÁTICA, OU NO COMÉRCIO, JÁ QUE O ESTADO TEM UMA ATIVIDADE COMERCIAL BASTANTE FORTE?
Vamos começar pelo P&D da lei de informática. Nossa legislação da região não obriga que o recurso seja só em informática. Quem define as áreas onde o recurso deve ser investido é o Capda (Comitê das Atividades de Pesquisa e Desenvolvimento na Amazônia). Existe uma obrigatoriedade de 0,4% nas instituições públicas. Mas não tem uma obrigatoriedade na Ufam. A gente tem alguns projetos, mas todos são recursos atrelados a um projeto que tem início, meio e fim. Então, é importante ter uma relação boa, uma tradição boa de trabalho para que as empresas continuem colocando recurso.
TEM ALGUM PROJETO ESPECÍFICO QUE A SENHORA TEM INTERESSE?
A gente quer trazer uma unidade Embrapii, uma Organização Social (OS) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que faz essa aproximação entre os Institutos de Ciência e Tecnologia (ICTs) e a Ufam, com a iniciativa privada e o governo, onde cada um entra com um terço do recurso para desenvolver projetos. Só que esse um terço do recurso da universidade não é financeiro, não precisa necessariamente ser financeiro. Então você coloca a hora-aula de professor, estrutura de laboratório, etc., e isso tudo pode entrar no projeto como um terço nesse cálculo geral.
A universidade tem vários outros projetos menores com outras empresas e a gente tem também uma capacidade gigantesca na área de inovação e empreendedorismo. Quando você fala do comércio, do serviço, se faz necessário incentivar isso aqui dentro da nossa instituição para que a gente tenha incubadoras que funcionem. Se pode trazer, por exemplo, um polo tecnológico para a Ufam, ou mesmo que não seja dentro do campus, mas que seja fruto de parceria com outras instituições. Com um polo tecnológico forte no Estado, se pode captar recursos e com isso incentivar startups, novas empresas.
SE TRATANDO DE EMPRESAS JUNIORES (EJS), EXISTEM UMA OBRIGATORIEDADE?
Tem uma legislação dentro da universidade permitindo que os cursos tenham suas empresas. E isso é algo importante para que o aluno já tenha essa experiência de mercado, saber precificar um trabalho, fazer contatos com algumas pessoas. Muitas pessoas dizem que a pesquisa feita na universidade não é aplicada, não vira solução. Mas, para uma pesquisa, feita aqui, virar solução, produto, ser transformada em nota fiscal, não depende só da Ufam.
A universidade faz a parte da pesquisa, a pesquisa aplicada também, mas precisa haver o interesse do governo, com legislações que incentivem a iniciativa privada a investir. Precisa ter, de fato, um ambiente de inovação. A Ufam precisa estar aberta para isso e precisa fazer parte disso, mas ela não consegue sozinha.
QUAL O GRANDE DESAFIO DE SUA GESTÃO NESSA QUESTÃO?
Buscar fortalecer essas parcerias e iniciar outras. Eu particularmente já tenho uma boa experiência nisso, até pela minha área de atuação, que é a de computação. A gente já desenvolveu vários projetos com iniciativa privada. Um ponto importante e que gente nunca pode abrir mão, é que todos os projetos têm que ser feitos numa relação em que fique muito bem especificado qual o retorno que tem para a sociedade, para a universidade e a empresa. A gente não pode achar que a empresa vai querer colocar um recurso na universidade se ela também não tiver um retorno. Então, a gente precisa alinhar essas expectativas, atender os princípios e os interesses da universidade e construir parcerias.
FALE SOBRE A EXPERIÊNCIA DE SUBSECRETÁRIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA PARA A AMAZÔNIA.
A ministra Luciana Santos me convidou para tomar posse, fui cedida pela Ufam à Brasília, tomei posse, estruturei a subsecretaria toda, fizemos o programa Pro-Amazônia, que destinou quase R$ 1 bilhão de recursos para a região amazônica. Tem mais um edital que está na rua agora. E sempre com a prioridade das instituições daqui da região Norte, dos pesquisadores e pesquisadoras. Acho importante falar de algumas experiências, não somente da subsecretaria de Ciência e Tecnologia, que particularmente, ou especificamente, me deu um conhecimento maior sobre Brasília, onde conheci mais de perto vários ministros, secretários, não só do MCTI, mas dos outros ministérios que a gente se relacionava, assim como, o próprio CNPq, a Capes e a Finep, que gerencia o recurso do Fndct.
Então, a gente sabe que tem a relação institucional, mas tem também aquela pessoa que já te conhece, de repente, para perguntar uma coisa ou outra. Então, isso foi muito importante, além do aprendizado. Além disso, fui por quase sete anos, conselheira do Comitê Gestor da Internet no Brasil, e isso também foi uma experiência importante, porque participei de várias discussões em eventos internacionais, representando o Brasil nessa área de governança da internet. A Rede Nacional de Pesquisa (RNP) é responsável pela internet nas instituições, não só federais, mas na rede de pesquisa, o backbone. O novo diretor da RNP, é meu amigo pessoal. Então, isso também são coisas que a gente aproveita. Além disso, sou diretora da Sociedade Brasileira de Computação, cargo que vou deixar. Não vou participar da eleição, que vai ocorrer em agosto no Congresso, não tenho como continuar. Se não for para fazer direito é melhor nem fazer.
A SENHORA FOI ELEITA PELA UFAM COMO REITORA, MAS A DECISÃO FINAL É DO PRESIDENTE LULA. QUAL A SUA EXPECTATIVA COM RELAÇÃO A ISSO?
O presidente Lula tem a obrigação de escolher dentro da lista tríplice. Pode ser qualquer um deles. Isso é legal. O presidente Lula, assim como a ex-presidente Dilma, têm como premissa que reitor eleito é reitor empossado. Então, eles em momento nenhum deixaram de nomear o reitor que tinha sido eleito pela instituição.
O SEU MANDATO É DE QUATRO ANOS, DE 2025 A 2029. COMO A SENHORA SE SENTE ELEITA PARA SER REITORA DA UNIVERSIDADE?
Eu sempre falo que tudo que sou, tudo que tenho, tudo que sei, devo à Universidade Federal do Amazonas. Primeiro, fiz minha graduação aqui, meu mestrado, assim como o mestrado interinstitucional. Me formei como pessoa, politicamente, dentro da Ufam, onde entrei como professora, fiz o doutorado, tenho toda essa participação em conselhos nacionais e internacionais, e, tudo isso, é fruto do meu trabalho dentro da Ufam. Então, me sinto honrada pela oportunidade de devolver um pouco para a Ufam, de tudo aquilo que ela já me deu e que deu para tanta gente.
Segundo, é um desafio muito grande estar reitora eleita, porque a Ufam é uma administração complexa, tem uma grande capilaridade, com um campus principal e unidades acadêmicas tanto na capital quanto no interior do estado, com um orçamento pequeno. Então, precisa ter muita estratégia de gestão, porque tem problemas que a gente não consegue resolver só com orçamento, tem que resolver melhorando a gestão mesmo. Daí a necessidade buscar mais orçamento, porque a gente precisa conseguir cumprir, eu acho que esse que é o grande compromisso, as propostas que nós colocamos para a comunidade.
A SENHORA VAI COMANDAR UM CONTINGENTE EM TORNO DE 30 MIL ALUNOS, ENTRE GRADUAÇÃO PRESENCIAL, EAD, PÓS-GRADUAÇÃO. SE SENTE PREPARADA?
A gente tem essa responsabilidade de ter a qualidade na graduação, na pós-graduação, de ter mais projetos de pesquisa, de extensão, de trabalhar mais próximo das unidades acadêmicas, apoiando a administração. Como eu falei, a Ufam é muito complexa. A gente está (na entrevista) numa unidade acadêmica, que é o Instituto de Computação (Icomp), que tem a direção dele, eleita pela comunidade daqui, cabendo ao reitor nomear os cargos mais próximos: de pró-reitores, diretores dessas pró-reitorias e trabalha em conjunto com as unidades acadêmicas.
Outra coisa importante, a reitoria só nomeia pessoas da casa, ou outro servidor federal, que seja cedido pelo seu órgão de origem. Isso é bom para a democracia da universidade, para a gestão participativa da Ufam, que tem bastante independência.
QUAL O DIFERENCIAL COMPETITIVO, EM TERMOS DE MERCADO, EM SER ALUNO DA UFAM EM RELAÇÃO AO ALUNO DA FACULDADE PARTICULAR?
Normalmente, o que a gente vê no mercado é que o diploma da Universidade Federal, é um diploma muito valorizado em relação ao mercado. Em relação a diferencial, eu não acho que haja uma concorrência entre universidades. Tem uma legislação de credenciar curso, credenciar universidade, essa legislação precisa ser cumprida e tem que beneficiar o país. Quanto ao diferencial de uma universidade federal ou mesmo de uma universidade pública, depende da universidade. Aqui na Ufam, o aluno tem curso gratuito, tem ações afirmativas para possibilitar que ele continue com uma assistência estudantil, que é a política de cotas.
A Ufam tem o ensino na sala de aula, que é importante, também a pesquisa e a extensão, que são importantes. O aluno da Ufam tem a possibilidade de vivenciar isso tudo, de vivenciar o ensino com a pesquisa, com a extensão, com a inovação, dependendo da característica do curso que ele faz. Tem cursos voltados para a comunidade, outros para empreendedorismo. Então, eu acho que essa formação mais completa é um diferencial importante dentro das universidades federais.
E esse envolvimento também com a participação na decisão, com os espaços colegiados. Você tem sempre a garantia da participação discente em todas as decisões e isso é algo que também diferencia essa formação como cidadão, dessa formação política, entender como a Universidade Federal funciona. Acho que esse conjunto de atividades acabam formando um bom profissional. E aí, se é melhor, se é pior, isso aí já é uma coisa mais complicada da gente entrar nesse ranqueamento.
ESSE DIFERENCIAL DEPENDE MUITO DO ALUNO, DELE SABER APROVEITAR?
É, às vezes sim, às vezes não. O aluno bom, aquele dedicado, estudioso, ele vai se formar bem em qualquer lugar, se não atrapalharem muito ele. Mas se ele estiver num local com qualidade, com mais oportunidades, ele vai se formar melhor. Por exemplo: aquele aluno que tem uma deficiência na sua formação, não teve uma formação fundamental no ensino médio tão forte, que vai ter dificuldades num curso superior, ele vai ter que superar essas dificuldades. Então, a gente tem as ferramentas de apoio dentro de uma universidade federal para que esse aluno se torne um bom profissional.
Por Margarida Galvão
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