RIO — A empresa H2Brazil anunciou, nesta quinta (22/5), a assinatura de acordos para desenvolver dois grandes projetos de hidrogênio verde no Brasil — um deles na Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Uberaba, em Minas Gerais, e o outro no Porto do Açu, no Rio de Janeiro.
A planta em Minas Gerais terá capacidade de até 820 MW até 2030, para produção de fertilizantes nitrogenados a partir de hidrogênio verde, com investimento estimado de R$ 7,8 bilhões (€1,24 bilhão), segundo o acordo firmado durante evento do setor de hidrogênio, na Holanda.
Para Pedro Caçorino, CEO da companhia, a escolha do Brasil, e de Uberaba, se deve à abundância de fontes renováveis e a uma matriz elétrica já considerada 100% verde.
“Com recursos hidroelétricos, solares e eólicos excepcionais e uma rede elétrica reconhecida internacionalmente como 100% verde, podemos produzir hidrogênio verde e seus derivados, como a amônia, a preços competitivos em nível global”, disse.
Polo verde
Além do projeto da H2Brazil, o Uberaba também é sede de outra iniciativa. A futura planta da Atlas Agro, pretende produzir amônia verde a partir do hidrogênio.
A região é considerada estratégica por estar próxima à atividade agrícola e ter uma logística de transporte rodoviário bem estabelecida, permitindo fácil escoamento da produção. Além de ter grande oferta de energia renovável e abundância de água — matérias-primas do hidrogênio produzido via eletrólise.
Segundo a COO da H2Brazil, Nathália Ervedosa, a viabilidade do projeto envolveu parcerias firmadas com o Governo de Minas Gerais, a Invest Minas, a Prefeitura de Uberaba e a CEMIG.
“Essas alianças nos permitem acessar a infraestrutura e o ambiente regulatório necessários para oferecer hidrogênio verde a preços realmente competitivos, promovendo a descarbonização real da indústria”.
Hub no Açu
Além de Uberaba, a H2Brazil confirmou um segundo grande projeto no Porto do Açu, no Rio de Janeiro, para produção de e-metanol, a partir de hidrogênio verde.
A unidade aproveitará a infraestrutura logística do complexo porto-indústria, com foco na exportação de hidrogênio e derivados.
“Essas sinergias aceleram nossa visão de construir uma economia do hidrogênio sustentável e escalável no Brasil”, conclui Miguel Lourenço, CFO da empresa.
O Açu já conta com área licenciada para instalação de um hub de energia de baixo carbono, olhando para o potencial brasileiro na cadeia internacional de fornecimento de combustíveis sintéticos.
À agência eixos, o diretor da Prumo Logística (controladora do Porto do Açu), Mauro de Andrade, disse que a produção excedente de fertilizantes verdes, na unidade da H2Brazil em Uberaba, também poderá ser escoada para exportação pelo porto no Rio de Janeiro.
Fonte: Eixos