Projeto de proteção aos direitos das mulheres da indústria ganha força em Manaus

O "Jornada da Mulher na Indústria" vai realizar atividades itinerantes voltadas para educação em direitos nas empresas do Polo Industrial de Manaus

Por Fabíola Abess / Cieam

O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-AM) e Grupo Mulheres do Brasil assinaram um termo de cooperação técnica para execução do projeto “Jornada da Mulher na Indústria”.

O projeto visa a educação em direitos no âmbito da indústria para o enfrentamento à violência de gênero, nas indústrias e empresas localizadas no Polo Industrial de Manaus, uma vez que o público alvo pretendido são as trabalhadoras e trabalhadores do polo industrial de Manaus. As ações iniciam a partir do mês de julho.

O Acordo de Cooperação para a execução das ações foi assinado na sede social do Cieam, nesta quinta-feira, 22, pelas representantes da DPE-AM, a defensora pública geral em exercício, Manoela Catanhede, a coordenadora do Grupo Mulheres do Brasil Núcleo Manaus, Ana Paula dos Santos, o presidente executivo do Centro da Indústria do Estado do Amazonas, Lúcio Flávio Morais de Oliveira, a presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-AM), Silvana Aquino e a defensora pública estadual e coordenadora do Núcleo de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem), Caroline Braz.

Para o presidente executivo do Cieam, Lúcio Flávio Morais de Oliveira, essa parceria significa trazer um pouco de paz às famílias.

“Essa paz reflete nas famílias e também no chão de fábrica, hoje é a realização de um sonho e já temos novas instituições querendo fazer parte deste projeto, as mulheres são o braço forte da Zona Franca de Manaus e em muitas indústrias que a gente visita a maior parte da mão de obra é feminina”, frisou.

Na Visteon Amazonas, empresa associada do Cieam onde Silvana é gerente de RH e ESG já existe um projeto similar onde as trabalhadoras vão para a sala de treinamento uma vez por mês durante 1 hora para ter acesso a treinamentos e orientações de Saúde, entre outros diversos temas.

“Dar a oportunidade também às empresas de que a defensoria pode levar esse conhecimento até a empresa facilita para que essa mulher fique mais confortável em saber que não vai precisar perder um dia de trabalho, porque elas deixam de buscar a ajuda com o receio de se ausentar. Nós já estamos planejando com as associadas do CIEAM para mostrar como é possível a partir da organização de um calendário de palestras que essas empresas podem acertar junto com a Defensoria e que não impacte em resultados de produção”, diz Silvana, da ABRH-AM e coordenadora da Comissão de RH do Cieam.

Violência contra a mulher

Foto: Fernando Lemos/Cieam

A defensora geral em exercício, Manoela Catanhede, reforçou a atuação do Nudem sob a liderança da defensora Carol Braz na condução deste trabalho.

“O que eu espero e acredito é que esse projeto renda frutos positivos para a sociedade e eu acredito que a Defensoria vai realmente cumprir o seu papel de agente transformador levando informação não só sobre o direito da mulher, mas sobre o direito de família, o direito civil e todas as dúvidas que surgirem, eu acredito que vá alcançar um público grande e essas pessoas sejam semente e levem essas informações para casa e multipliquem”.

“Estarmos juntas hoje nos traz uma grande esperança de que vamos transformar as vidas de muitas mulheres, eu não quero mais atender as mulheres quando ela já sofreu uma violência, eu quero atuar para a prevenção na raiz do problema e ela se dá por meio do conhecimento de seus direitos, esse projeto tem um significado pessoal muito grande porque a partir do momento em que eu levar informação para mulheres que muitas vezes não tem tempo nem de para para pensar no que ela tá vivendo dentro de casa, muitas sequer tem consciência de que são vítimas de violência doméstica e que vivem um relacionamento abusivo “, disse a defensora pública, Caroline Braz.

A grande meta da cooperação é contribuir para a diminuição da incidência de casos de violência baseado no gênero e seu agravamento.

Além das ações de educação nas fábricas de forma planejada para que se evite impactos nos processos de produção industrial, outras metas são realizar ações coletivas de divulgação da Lei Maria da Penha e as medidas judiciais de proteção à mulher, ofertar atendimento jurídico e psicossocial do Nudem, às mulheres trabalhadoras da indústria em situação de violência por meio de ações mensais inseridas no calendário das entidades parceiras, distribuição de material informativo referente aos serviços disponíveis e canais de denúncia, entre outras ações.

Publicidade

Últimas Notícias

Revista PIM Amazônia

Rolar para cima