De 24 setores da indústria brasileira, 14 precisam adotar com urgência estratégias de digitalização para se tornarem internacionalmente competitivos, mostra o estudo inédito da Confederação Nacional da Indústria (CNI) Oportunidades para Indústria 4.0: aspectos da demanda e oferta no Brasil. O documento cruzou dados de produtividade, exportação e taxa de inovação de diversos setores industriais brasileiros e os comparou ao desempenho dos mesmos segmentos nas 30 maiores economias do mundo, que, juntas, representam 86% do PIB mundial.
O objetivo é identificar quais atividades poderiam ser mais beneficiadas pela adoção de tecnologias digitais voltadas ao aumento da eficiência, quais correm o maior risco diante do avanço da nova onda tecnológica em países que concorrem com o Brasil e qual a capacidade de absorção e desenvolvimento de tecnologias pela indústria nacional.
Em geral, os segmentos apresentam produtividade inferior à média internacional e baixa inserção no comércio exterior. O grau de inovação, por sua vez, é bastante heterogêneo. \”A migração para a Indústria 4.0 exigirá um esforço maior principalmente para empresas menos inovadoras, menos familiarizadas com a adoção de novas tecnologias, o que demonstra a necessidade de estabelecer iniciativas direcionadas. Além disso, dado o gap de produtividade, os setores sofrerão cada vez mais com a concorrência internacional, tornando a urgência muito elevada\”, avalia o gerente-executivo de Política Industrial da CNI, João Emílio Gonçalves.
A CNI prepara um conjunto de propostas e ações que serão apresentadas para os candidatos à presidência da República nas eleições deste ano para estimular e apoiar a adoção de tecnologias digitais pela indústria. Entre elas, destaca-se a criação de um programa nacional que reúna instituições capazes de apoiar a indústria na elaboração de planos empresariais de digitalização. \”Cada empresa terá necessidades e objetivos diferentes com a adoção de novas tecnologias. Por isso, as soluções muito provavelmente, serão customizadas\”, avalia o gerente-executivo da CNI.




