Artista venezuelana é morta no AM e suspeitos têm prisão preventiva decretada

Julieta Inés Hernández Martínez viajava pelo Brasil de bicicleta e buscava reencontrar a família em seu país de origem. Casal preso em flagrante na sexta-feira
Artista venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez. Foto: Utopiamaceradaemchocolate/ Instagram

Da Redação, com informações da Agência Brasil e g1

A Justiça do Amazonas decretou a prisão preventiva de Thiago Agles da Silva e de Deliomara dos Anjos Santos, suspeitos da morte da artista venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez. O casal foi preso em flagrante na última sexta-feira, 5, no município de Presidente Figueiredo, onde ocorreu o crime.

No Brasil desde 2015, Julieta, viajava em direção à Venezuela para encontrar a família. Ela se apresentava como palhaça Jujuba em diversas partes do país e integrava o grupo de mulheres que viajam de bicicleta “Pé Vermei”. O corpo da artista foi encontrado no sábado, 6, no município. Ela estava desaparecida desde o dia 23 de dezembro.

Ao decidir pela conversão da prisão em flagrante em preventiva, o juiz Laossy Amorim Marquezini, considerou os “fartos indícios de autoria por parte dos flagranteados” e, ainda, a necessidade de resguardar a ordem pública. Os acusados, embora tenham entrado em contradição sobre os motivos, confessaram o crime.

“Há prova de existência dos crimes, além de fartos indícios de autoria por parte dos flagrados, haja vista as declarações colhidas na fase administrativa”, apontou o magistrado.

O juiz afirmou ainda que o crime imputado ao casal é de extrema gravidade e foi realizado com crueldade, motivo pelo qual poderia afetar a ordem pública. Durante a audiência de custódia, o magistrado negou o pedido da defesa dos suspeitos de converter a prisão preventiva em prisão domiciliar.

Sobre o desaparecimento – A artista venezuelana Julieta Hernández foi vítima de roubo, agressões e abuso sexual, antes de ser assassinada. A informação foi confirmada pela Polícia Civil, durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira, 8.

De acordo com o delegado titular da Delegacia de Presidente Figueiredo, Valdinei Silva, a investigação começou depois que um amigo da vítima, do Piauí, registrou um Boletim de Ocorrência, no dia 4 de janeiro, pela Delegacia Virtual.

No último contato com amigos, no dia 23 de dezembro, Julieta informou que dormiria em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. O delegado informou que as investigações apontaram que ela tentou pernoitar em duas pousadas, mas não conseguiu. Foi quando ela chegou à casa onde o casal suspeito do crime morava. Conforme a polícia, o local funciona como ponto de apoio para pessoas que transitam de bicicleta, ou a pé pela rodovia BR-174.

“Fomos até o local onde ela foi encontrada. Lá, a equipe conversou com um dos autores e ele disse que ela teria pernoitado no local e teria pegado a estrada na manhã o dia 23”, disse o delegado.

Porém, um morador da região encontrou partes da bicicleta de Julieta e passou a informação aos policiais. O delegado disse que o homem contou que notou as semelhanças ao ver fotos da vítima com bicicleta divulgadas durante as buscas. O local era próximo da residência do casal suspeito do crime.

“Fomos ao local e o suspeito já ia saindo pela lateral do terreno. A equipe já percebeu que ele estava saindo em fuga e já foi feita a detenção dele no local. Encontramos a barraca dela, outras partes da bicicleta no local. Conduzimos ele e a esposa dele para a delegacia”, explicou o delegado.

O casal foi ouvido de maneira separada. Segundo a polícia, os dois entraram em contradição sobre o que teria acontecido, mas confessaram o crime.

Sobre o crime – A partir dos depoimentos, o corpo de Julieta foi encontrado a cerca de 20 metros da casa. “Tem uma varanda na frente da casa. Ela estava dormindo e por volta de 1h do dia 23, o suspeito mandou que a esposa dele fosse até a vítima e roubasse o celular. A esposa se recusou e ele então pegou uma faca na cozinha, foi até ela e exigiu o celular. Houve uma luta corporal, ele enforcou a vítima, jogou ela no chão e disse para a esposa amarrar as pernas dela. Assim ela fez”, disse o delegado.

Em seguida, segundo a polícia, o homem arrastou Julieta para dentro da casa, disse para que a esposa trancasse a casa, apagasse as luzes e começou a abusar sexualmente da mulher. A esposa teria ligado as luzes e visto os abusos. Com ciúmes, a companheira teria ateado fogo nos dois.

De acordo com a polícia, o homem tentou apagar as chamas e chegou a procurar um hospital em busca de socorro. No entanto, enquanto isso, a esposa amarrou uma corda no corpo da vítima, que estava desacordada, arrastou-a para uma área de mata e a enterrou.

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