Casos prováveis de dengue disparam em apenas uma semana

No Brasil, aumento foi de 80%, com número de óbitos confirmados passando de 12 para 15. Na Amazônia, número de casos prováveis passou de 6,3 para 9,7 mil
Aedes aegypt, mosquito transmissor da dengue, Chikungunya e Zika vírus - Foto: Reuters/ Paulo Whitaker

Por Ana Danin, com informações da Agência Brasil

Novos dados divulgados nesta terça-feira, 30, pelo Ministério da Saúde (MS), mostram que o acumulado de casos prováveis de dengue no Brasil, nas primeiras semanas de 2024, chegam a 217.841 registros, com 15 mortes confirmadas e 149 em investigação. Os números estão disponíveis no Painel de Monitoramento de Arboviroses. No balanço anterior, referente às três primeiras semanas deste ano, o país registrava 12 mortes e 120.874 casos prováveis da doença. Havia ainda 85 óbitos em investigação. Ou seja, em uma semana, o aumento de casos próváveis foi de 80%.

Na Amazônia, até segunda-feira, 29, os números oficiais dos nove estados registravam 6.306 casos suspeitos de dengue, com 1 óbito confirmado no Amapá e 2 sob investigação (no Mato Grosso e Pará). Pelo balanço desta terça-feira, a região continua com apenas 1 óbito confirmado, porém, os óbitos sob investigação agora são 6.

No cenário nacional, o Acre, foi ultrapassado por Minas Gerais e agora é o terceiro estado do país com o maior número de registros prováveis da doença, com 2.591 casos suspeitos, 827 registros a mais que no balanço anterior, onde o estado registrava 1.764 casos. O Amazonas continua sendo o segundo estado da Amazônia com maior número de casos prováveis, porém, no comparativo com todas as unidades da federação, agora passou da 7ª para a 8ª colocação no número de casos prováveis da doença. Por outro lado, o Maranhão permanece como o estado com o menor número de registros em todo o país, com um coeficiente de incidência da dengue de 1,6 casos prováveis para cada 100 mil pessoas (106 casos). No balanço anterior, o Maranhão aparecia com 50 casos prováveis, correspondentes a apenas 0,7 casos prováveis por 100 mil habitantes.

Os dados desta terça-feira foram divulgados pelo MS durante encontro entre representantes da Sala Nacional de Arboviroses, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), em Brasília.

Chikungunya – A pasta também divulgou novos dados referentes à Chikungunya no país. Nas quatro primeiras semanas de 2024, foram contabilizados 12.838 casos prováveis. Há ainda três mortes confirmadas e 11 em investigação. A incidência de Chikungunya no país é de 6,3 casos para cada grupo de 100 mil habitantes, enquanto a taxa de letalidade da doença está em 0,02%. Até segunda-feira, 29, o país tinha um número bem menores: 7.063 casos prováveis, 9 óbitos em investigação e 1 morte confirmada.

No recorte da Amazônia, que até 29 de janeiro não registrava nenhum óbito confirmado ou sob investigação, agora, tem 1 morte sob investigação, no Maranhão. Neste novo balanço, o número de casos prováveis na região também aumentou, passando de 268, para 464, pelo levantamento desta terça-feira. O estado do Amapá, que no balanço anterior não tinha nenhuma caso provável de Chikungunya, agora, tem três casos suspeitos da doença.

Zika vírus – A partir desta terça-feira, 30, o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde também passou a disponibilizar dos referente ao Zika vírus. Nas quatro primeiras semanas do ano, o país registrou 105 casos prováveis da doença, incluindo 8 no Tocantins – único estado da Amazônia Legal onde há casos suspeitos de Zika, até o momento. Em todo o país, nenhum óbito foi confirmado, nem está sob investigação.

Estimativas para 2024 – Segundo dados do Ministério da Saúde repassados nesta terça-feira, o ano de 2024 deve registrar 1.960.460 casos de dengue no Brasil. Essa estimativa, entretanto, pode variar de 1.462.310 até 4.225.885 de casos.

Vacina – A distribuição da vacina contra a dengue para os 521 municípios brasileiros selecionados, incluindo 52 cidades da Amazônia, pode começar na segunda semana de fevereiro. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta terça-feira, 30, que as doses ainda não começaram a ser entregues em razão de uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a ser cumprida pelo laboratório Takeda, responsável pela produção do imunizante.

“A relação de prioridades da vacina já foi feita. A ideia é distribuir dentro daquele mapa já apresentado. Ainda não iniciamos essa distribuição porque há uma exigência e ela tem que ser cumprida pelo laboratório produtor. É uma exigência regulatória da Anvisa que a bula esteja em português. Estamos finalizando esse processo”, explicou. “A partir do momento em que seja solucionada essa questão, essa é a nossa previsão. Não haverá por que ter mais delongas”, esclareceu.

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