Indígenas do Médio Xingu comercializaram sete toneladas de peixes no feriado de Páscoa

Indígenas e ribeirinhos do Médio Xingu impulsionam economia sustentável através da comercialização de peixes
Foto: Divulgação/Norte Energia

Indígenas das Terras Indígenas Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu, no Pará, estão gerando renda de forma sustentável ao mesmo tempo que fortalecem o ecossistema de negócios na Amazônia. Somente no último feriado de Páscoa, o grupo comercializou sete toneladas de peixes, resultado da atividade de piscicultura em tanques-rede, implantada na região pela Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte. Nos três primeiros meses de 2024, eles arrecadaram pouco mais de R$ 170 mil, com uma produção de aproximadamente 15 toneladas de peixes.

Desde 2016, no âmbito do Plano Básico Ambiental do Componente Indígena, o Projeto de Desenvolvimento de Atividades Produtivas e Comercialização tem contribuído de forma positiva para o sustento de indígenas de dez aldeias da Volta Grande do Xingu. É o caso de Carlos Rodrigues da Silva Juruna, da Aldeia Furo Seco, Terra Indígena Paquiçamba, que ao aprender o cultivo de pescado, vem produzindo renda para ele e sua família.

“Fomos uns dos primeiros a abraçar esse projeto e hoje somos referência para outras aldeias e até conseguimos ajudar os demais. Consigo produzir, em média, até 3 mil kg de peixe por ano. É uma atividade que dá muito certo e que se tornou um compromisso para mim, pois é o que traz o sustento para a minha família. Me ajuda inclusive a investir na minha roça e com as despesas pessoais”, conta.

Das dez aldeias existentes atualmente nestas TIs, sete trabalham com a atividade – cinco na TI Paquiçamba e duas na TI Arara da Volta Grande do Xingu. Ao todo, são 118 tanques-rede no leito do rio Xingu, nos quais são criadas as espécies Matrinxã, Tambaqui e Piau.

“Pautado na bioeconomia e nas potencialidades da Amazônia, o objetivo do projeto é fomentar atividades produtivas e a geração de renda que contribuam para o desenvolvimento sustentável da região e para a qualidade de vida daqueles que vivem no bioma, em especial, dos povos indígenas da Volta Grande do Xingu. Nos últimos cinco anos, os valores de comercialização do pescado somaram mais de R$ 1,6 milhão e cerca de 155 toneladas de peixe somente na TI Paquiçamba, onde o projeto está mais avançado, contribuindo para geração de renda das famílias que atuam na atividade”, explica o assessor socioambiental da Norte Energia, Bruno Bahiana.

Ribeirinhos – A atividade também atende ribeirinhos desde 2021. Através do Projeto de Fortalecimento das Atividades Produtivas e de Subsistência, ligado ao Termo de Compromisso Ambiental, os ribeirinhos comercializaram seis toneladas de peixes em feiras, restaurantes e supermercados de Altamira, Anapu, Vitória do Xingu e Senador José Porfírio, fomentando o comércio da própria região. Com as vendas, eles faturam R$ 57 mil. Somente nas duas semanas que antecederam a Páscoa, devido ao aumento da demanda, sete famílias negociaram quase 800 kg de peixe.

Considerando que o peixe é uma das principais bases da cultura alimentar do paraense durante todo o ano, essas atividades vêm contribuindo para a sustentabilidade econômica de comunidades localizadas na área de influência da Usina Hidrelétrica Belo Monte. De acordo com a nota técnica “Pesca paraense 2023”, da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), o consumo de pescado no Pará é de 11,1 kg por habitante, número quase quatro vezes maior que a média nacional.

Fonte: Norte Energia

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