Amazonas: família de vítima da Covid-19 deverá ser indenizada em R$ 1,4 milhão

Paciente morreu durante o colapso provocado pela falta de oxigênio em Manaus, em 2021. Na decisão, juíza afirmou que houve omissão dos governos
Foto: Bruno Kelly/ Reuters

Da Redação, com informações da Agência Brasil

Por determinação da Justiça Federal no Amazonas, os familiares de uma mulher que morreu durante a pandemia de covid-19 deverão ser indenizados em R$ 1,4 milhão. O pagamento da quantia será dividido entre os governos federal e estadual, além da prefeitura de Manaus, em função da falta de oxigênio na cidade, em 2021. Cabe recurso contra a decisão.

Leoneth Cavalcante de Santiago foi internada em janeiro de 2021 com sintomas críticos de covid. Em seguida, o quadro evoluiu para desconforto respiratório e ela precisaria ser internada em uma UTI, mas não havia vagas disponíveis. Sem oxigênio e sem vaga na UTI, Leoneth faleceu no dia 15 de janeiro. A família chegou a obter uma liminar da Justiça para garantir o tratamento intensivo, mas a decisão não chegou a ser cumprida em função do falecimento.

Na ação, os familiares de Leoneth alegaram que a morte ocorreu durante o colapso no fornecimento de oxigênio para o Amazonas, fato que também ocasionou diversos falecimentos de pacientes no estado. Eles também afirmaram que é obrigação dos governos garantirem os serviços essenciais para a assistência à saúde. Diante dos fatos, os familiares solicitaram o pagamento de indenização e a responsabilização dos governos federal, estadual e municipal pela morte.

Ao julgar o caso, a juíza Jaiza Maria Fraxe afirmou que houve omissão dos governos em abastecer adequadamente as unidades de saúde com oxigênio e garantir leitos de UTI e determinou o pagamento de R$ 1,4 milhão de indenização.

“O desespero, a dor, a tristeza e a revolta experimentados pelo marido e pelos filhos ao saberem que sua esposa e mãe perdeu a vida asfixiada por falta de oxigênio e sem receber o atendimento necessário para salvar sua vida é evidente e refoge ao simples dissabor do dia a dia”, escreveu a juíza.

Em resposta ao site g1, a Prefeitura de Manaus, por meio da Procuradoria Geral do Município (PGM), informou não ter sido notificada sobre o processo e que se manifestará quando tomar ciência. A mesma justificativa foi dada ao g1 pelo governo do Amazonas, que informou que “dará aos trâmites jurídicos sobre a questão” quando for notificado oficialmente. A União ainda não havia se manifestado até o fechamento deste texto.

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