Acre e Maranhão entre os estados com mais pontos críticos em rodovias

Levantamento divulgado pela Confederação Nacional dos Transportes mostra que esses estados ficam atrás somente de Minas Gerais
BR-364 , trecho em Feijó (AC). Registro feito em 05.07.2023. Foto: CNT

Da Redação com informações da Agência CNT

Os estados do Acre e Maranhão ocupam o segundo e terceiro lugar, respectivamente, entre as unidades da Federação que tiveram os maiores números de pontos críticos em termos absolutos, em 2023, com 372 pontos identificados na malha viária do Acre e 258, no Maranhão. À frente deles, estão apenas as rodovias de Minas Gerais, com 383 pontos críticos. Os dados integram o Radar CNT do Transporte – Pontos Críticos 2023, lançado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) nesta semana.

Pelo levantamento, considerando o total de pontos críticos em relação à extensão da rodovia pesquisada pela CNT, a região Norte lidera a densidade de problemas. O Acre contabiliza 27 pontos críticos a cada 100 quilômetros. Em segundo e terceiro lugares estão os estados de Roraima e do Amazonas, nos quais o motorista pode encontrar, onze pontos críticos a cada 100 quilômetros.

Rodovia MA006, trecho no Alto do Parnaíba (MA.) Registro de 01.08.2023. Foto: CNT

A má qualidade das rodovias da Região Norte já havia sido destaque em um levantamento divulgado em 29 de novembro passado, também pela CNT, que identificou a BR-174, no trecho entre as cidades de Presidente Figueiredo e Borba, no Amazonas, como a pior rodovia do Brasil. À época, a CNT analisou a situação de 111 mil quilômetros de estradas em todo o país, o que corresponde a 67.659 quilômetros da malha federal e a 43.843 quilômetros dos principais trechos estaduais, também concluindo que 80% das rodovias do Norte estavam em más condições.

Cenário nacional – O levantamento divulgado nesta segunda-feira, 15, identificou 2.648 ocorrências graves na malha rodoviária do país, 38 a mais que em 2022. O aumento de pontos críticos representa um percentual de 1,5% em relação ao ano anterior.

Os perigos iminentes envolvem desde quedas de barreiras e erosões na pista a buracos grandes (cujo tamanho é igual ou maior que um pneu de veículo de passeio) e pontes estreitas ou caídas. Situações que tornam a movimentação rodoviária mais arriscada para o motorista e para a segurança viária, além de impactar a fluidez da via e elevar os custos operacionais do setor transportador.

Pelo levantamento da CNT, a avaliação segundo o tipo de gestão de rodovias mostra a identificação de 2.590 pontos críticos nas rodovias sob administração pública e apenas 58 nas concedidas. A densidade nas rodovias sob gestão estatal é 13 vezes superior à das concedidas. Em média, registra-se uma ocorrência a cada 33 quilômetros em vias mantidas pelo poder público e uma a cada 455 quilômetros nas operadas por privados.

BR-174, trecho em Borba (AM). Registro em 05.07.2023. Foto: CNT

Mato Grosso entre os estados com avaliação positiva

Com avaliação positiva em termos absolutos destaca-se o Distrito Federal, que não teve registros de pontos críticos nesta edição da Pesquisa. Já Paraíba e Mato Grosso tiveram, respectivamente, uma e seis ocorrências. Na avaliação por densidade, esses mesmos estados e Goiás obtiveram as menores concentrações de pontos críticos em suas malhas.

Locais com ocorrência de buracos grandes lideram o número de casos, com 1.803 registros, sendo que, no ano passado, 99% deles não tinham qualquer tipo de sinalização de advertência. No histórico de onze anos de análise de pontos críticos pela CNT, a contagem de trechos com buracos grandes saltou de 64, em 2012, para 1.803, em 2023. O aumento de quedas de barreira também foi expressivo no período. Passou de 20 ocorrências, em 2012, para 207, no ano passado. O mesmo caso ocorreu com as erosões na pista. Há onze anos foram identificadas 162 e em 2023 passaram para 504.

Mudança no cenário nacional precisaria de quase R$ 5 bi em investimentos

Diante dos resultados, a CNT estima que sejam necessários R$ 4,88 bilhões para a resolução dos problemas de 2023 apontados na publicação. Desse total, 38,5% devem ser destinados à correção de quedas de barreiras e 21,7%, à adequação ou reconstrução de pontes estreitas. Levando-se em conta o investimento necessário para intervenção de melhorias emergenciais, como reconstrução, restauração e manutenção dos trechos da malha rodoviária federal que apresentam problemas, a estimativa da necessidade de recurso sobe para R$ 46,8 bilhões.

“O investimento na prevenção e/ou na correção imediata de pontos críticos é a melhor forma de evitar que os problemas nas vias se agravem”, afirma o diretor executivo da CNT, Bruno Batista.

A CNT disponibiliza ainda o Painel CNT dos Pontos Críticos nas Rodovias Brasileiras, uma ferramenta dinâmica de consulta dessas ocorrências com dados dos últimos três anos. Nele, é possível acessar dados acerca da localização, quantidade, tipo e densidade de pontos críticos registrados nas rodovias federais e estaduais do país, bem como suas condições de sinalização e fotos das ocorrências. As informações podem ser agrupadas por Unidade da Federação e por ano.

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