Bioeconomia deve diversificar pauta produtiva e gerar empregos no interior do Amazonas

A produção de abacaxis do Novo Remando é reconhecida a ponto da cultura ter recebido uma Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI)

Em uma agenda positiva que reuniu a gestão do Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), o corpo técnico da instituição, o deputado estadual Rozenha (PMB) e sua assessoria parlamentar, diversos assuntos de relevância para o Amazonas foram tratados, mas o foco principal foi na diversificação das atividades econômicas que podem alavancar cadeias produtivas locais da bioeconomia e os consequentes impactos positivos na geração de empregos de qualidade no interior do estado.

A indução da cadeia de fibras vegetais no Amazonas – especialmente em regiões que já detém o conhecimento do processo produtivo e que podem, portanto, alavancar este processo, como a localidade de Novo Remanso, no município de Itacoatiara – é uma alternativa viável para se promover a bioeconomia, por meio das relações intersetoriais entre as empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), as agroindústrias e o setor primário do interior do estado, onde seriam criados postos de trabalho qualificados, com efeitos positivos sobre a renda da população.

A produção de abacaxis do Novo Remando é reconhecida a ponto da cultura ter recebido uma Indicação Geográfica (IG) do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). Estando a cultura consolidada na localidade, o cultivo em consórcio de outras plantas, como o curauá (“primo” do abacaxi), poderia induzir a produção de fibras vegetais de alta qualidade e com diversas funcionalidades na indústria de transformação.

Segundo o gestor do CBA, Fabio Calderaro, o Centro tem enfatizado este assunto por entender que a organização das cadeias das fibras vegetais poderia dinamizar a atividade econômica do interior, a partir do encadeamento produtivo entre as empresas do PIM, dos setores termoplástico e têxtil, por exemplo, e as agroindústrias e produtores agroflorestais do interior, onde as fibras seriam produzidas e processadas: “A fibra do curauá é tão ou mais resistente que a fibra de vidro e pode ser utilizada para usos variados, desde sua inserção nos biopolímeros até sua formatação para produção de roupas, estofados e partes de motos e automóveis, carenagens de aparelhos celular e diversos outros fins.”, explica Calderaro.

Iniciativa empolgante
O deputado estadual Rozenha, que vem de uma atividade privada e reconhece a relevância de iniciativas como a destacada pelo CBA, mostrou-se empolgado com a possibilidade de diversificar a atividade econômica por meio da bioeconomia e ressaltou: “É preciso dar condições para que a sociedade local possa ter mais empregos, entregar resultados significativos para sua comunidade e inovar a partir de atividades sustentáveis. A proposta de fomentar as fibras vegetais e de outras iniciativas da bioeconomia, como alternativa para a geração de empregos de melhor qualidade no interior, é excelente!”, disse o parlamentar.

A responsável pela área de biotecnologia vegetal do CBA, Dra. Simone da Silva, comentou que induzir a cadeia de fibras vegetais no estado vai propiciar que se tenha a devida oferta da planta e, a partir dela, a obtenção das fibras tão demandadas pelo setor industrial: “ Com os protocolos e estudos avançados que temos, podemos ter uma cultura forte para atender demandas reprimidas de longa data, além de uma alternativa sustentável para recuperação de áreas degradadas.”, disse.

O interesse do deputado pelo tema se dá não apenas pela sua vida profissional pautada pelo seu viés empresarial, mas também por ser o presidente – na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) – da Comissão de Empreendedorismo, Comércio Exterior e Mercosul, bem como vice-presidente da Comissão da Indústria, Comércio e Zona Franca, voltadas a discutir e dar andamento a temas que gerem oportunidades concretas para a região.

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