Indústria da construção civil aponta para aquecimento no 2º semestre

Após amargar quedas consecutivas nos últimos quatro anos, por conta do cenário de crise econômica e política, essa última acelerada em 2017 e 2018, obrigando as empresas a reduzir custos, o setor da construção civil começa respirar novos ares. A direção do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas (Sinduscon-AM) aponta que as perspectivas são boas para 2018, principalmente a partir de julho com o início do verão. A entidade acredita que o setor vai oferecer mais habitação no Estado. Está contribuindo para esse novo cenário a chegada da MRV Engenharia e Participações no mercado amazonense, em janeiro, e já anunciou um bairro planejado em parceria com a Prefeitura Municipal de Manaus. O setor da construção civil faz obras em dois grandes segmentos: mercado imobiliário (setor privado) e infraestrutura (obras públicas).

 

Tomando como base o cenário atual, o presidente do Sinduscon-AM, Frank Souza,diz que todos os fatores apontam para a melhoria das contratações: a redução da Selic, que vem, gradativamente, fazendo com que a taxa de juros para financiamento seja cada vez menor para o comprador. O dirigente aponta como exemplo o financiamento para imóveis da faixa 1,5 do Programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) disponibilizado pela Caixa Econômica Federal. A nova modalidade atende famílias com renda mensal de até R$ 2,35 mil. O programa tem subsídios para os compradores interessados em adquirir imóveis financiados. Outro fator considerado positivo pelo executivo é a reforma trabalhista, um ponto que veio melhorar muito a segurança jurídica nas contratações. “Tanto é que a estabilidade no emprego melhorou nos últimos meses”, frisou.

 

Na parte de obras de infraestrutura (obras públicas), Frank Souza acredita que haverá estabilidade, já que é ano de eleição e o governo não poderá fazer grandes investimentos por conta da legislação. “Temos lutado para que as obras de infraestrutura aconteçam no Amazonas, entre elas, obras de saneamento básico, escolas, hospitais e estradas”, disse, ressaltando que a construção civil é porta de entrada para contratação, principalmente da mão de obra não especializada.  Segundo o dirigente, a construção civil é um motor que vai requerer baixo investimento, gerando demanda de mão de obra em toda a sua cadeia produtiva.

Ao participar do Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), considerado o principal evento nacional do setor, no mês de maio, foi apresentado pelos construtores ao presidente Michel Temer uma pauta indicando  necessidades de investimentos na construção. Souza aponta que o setor precisa de investimento em obras de infraestrutura (obras públicas) e de financiamento para acesso à moradia, necessidade urgente não são só no Estado do Amazonas, mas em todo o Brasil, e o setor da construção civil tem muito a contribuir, desde que haja, também, esses investimentos por parte dos governos.

 

Empresas ativas

O Código Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) da construção civil aponta que o Amazonas tem registrado aproximadamente 3,2 mil empresas. Desse total, o Sinduscon-AM considera que cerca de 2 mil empresas estão ativas. Essas empresas atuam em diferentes tipos de trabalho: infraestrutura (obras públicas); imobiliárias; nichos de impermeabilização e ferragens. De acordo com Frank Souza toda a cadeia da construção civil local está inclusa nessas 2 mil empresas. “A diversidade é muito grande dentro das competências de cada uma delas”, assegura. Quanto aos postos de trabalho gerados pela indústria da construção atualmente, a direção da entidade está otimista porque vê estabilidade na geração de empregos. Conforme Frank Souza, os próximos meses dependem muito do avanço do setor. “Esperamos que sejam gerados no Estado pelo menos 3 mil postos de trabalho até o fim do ano, pois nossa expectativa é que o setor cresça em torno de 5% em relação a 2017”, sintetizou.

 

Dados do IBGE estimam que 83 mil pessoas estejam ocupadas no setor da construção civil no Amazonas. Esse dado inclui o trabalho formal e informal. Em relação apenas ao trabalho formal, o dado mais recente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) indica que houve um saldo positivo de 101 vagas na construção civil do Amazonas, no mês de abril de 2018. Em oito meses, esse foi o resultado mais expressivo do setor no Estado, conforme os indicadores. O Caged aponta que, em abril deste ano, a construção civil do Amazonas criou 735 postos e desligou 634 pessoas, resultando no saldo positivo de 101 vagas. Desde agosto do ano passado, o saldo de empregos no setor vinha apresentando resultados negativos ou estáveis.O resultado de abril deste ano também é positivo frente ao saldo registrado no mesmo mês do ano passado. Em abril de 2017, o setor abriu 803 novos postos de trabalho e demitiu 1.047 trabalhadores, resultando no fechamento de 234 vagas.

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Por Margarida Galvão

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