Bancos apertam o cerco contra a Americanas

Bancos pedem que a Justiça reconsidere suspensão de execução de dívidas que não se submetem a recuperação judicial
Foto: Divulgação

A disputa envolvendo a Americanas ganha novos capítulos. Mais dois bancos entraram na Justiça contra a empresa: a exemplo do BTG Pactual, o Bank of America (BofA) e o BV (ex-Banco Votorantim) pediram que a Justiça do Rio de Janeiro suspenda a liminar concedida na última sexta (13) em que proibiu a execução de dívidas e o bloqueio de valores da Americanas por 30 dias.

E em nova petição o BTG informou à Justiça que instaurou processo de arbitragem contra a Americanas na Câmara de Comércio Brasil-Canadá, também nesta segunda.

No documento, o banco afirma que, nos contratos firmados com a Americanas, há cláusulas que estabelecem São Paulo como o local adequado para discussões a respeito de “obrigações assumidas e vencidas” e que eventuais disputas devem ser resolvidas por meio de arbitragem, e não na Justiça.

A Americanas, que apresentou ontem um novo representante para a renegociação com os credores, disse à Justiça do Rio de Janeiro ter dívidas de “cerca de R$ 40 bilhões”.

Já o BofA e o BV reclamam do caráter retroativo da medida cautelar. A decisão, dizem, foi tomada no final da tarde da sexta, mas se estende até o dia 11 de janeiro, quando a Americanas informou ao mercado ter encontrado “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões em seus balanços.

Apesar da pressão crescente, a Americanas conseguiu manter a liminar em decisão proferida na noite de ontem que indefere o pedido do BTG. A desembargadora Leila Santos Lopes, do TJ do Rio, disse que não há perigo na demora da cobrança do valor devido e cita o fato de o banco ter um “notório patrimônio líquido” de mais de R$ 42 bilhões e valor de mercado próximo de R$ 85 bilhões.

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