Ipca sobe 0,41% em novembro e acumula alta de 5,9% em 12 meses, diz IBGE

Transportes e Alimento e bebidas contribuíram com cerca de 71% da inflação no mês

Por Ligia Tuon / CNN Brasil Business

Ipca (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) que mede a inflação oficial do país, apresentou alta de 0,49%% em novembro, após subir 0,59% no mês anterior, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (9).

Em 12 meses, o índice acumula alta de 5,90%, abaixo dos 6,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

O mercado esperava alta de 0,53% no mês e de 6,01% na comparação anual, segundo pesquisa da Reuters.

Transportes e alimentação puxaram o índice

Sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta no mês, com destaque para Transportes (0,83% e 0,17 p.p.) e Alimentação e bebidas (0,53% e 0,12 p.p.). Juntos, os dois contribuíram com cerca de 71% do Ipca de novembro, diz o IBGE.

Transportes foram impactados, sobretudo, pelo aumento dos combustíveis (3,29%), que em outubro haviam recuado 1,27%. Os preços do etanol (7,57%), da gasolina (2,99%) e do óleo diesel (0,11%) subiram em novembro. A exceção foi o gás veicular, com queda de 1,77%.

O maior impacto individual veio da gasolina (0,14 p.p). O IBGE destaca também as altas de emplacamento e licença (1,72%), automóvel novo (0,50%) e seguro voluntário de veículo (0,97%), que contribuíram conjuntamente com 0,07 p.p.

“A alta da gasolina está ligada ao aumento do preço do etanol. Isso ocorreu por conta de um período de entressafra da produção de cana de açúcar. A gasolina leva álcool anidro em sua composição”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, em nota.

No lado das quedas, os preços das passagens aéreas recuaram 9,80%, após as altas de 8,22% em setembro e 27,38% em outubro.

Sobre Alimentação e bebidas, os maiores responsáveis pela alta de 0,53% foram os alimentos para consumo no domicílio (0,58%).

As maiores variações vieram da cebola (23,02%) e do tomate (15,71%), cujos preços já haviam subido em outubro (9,31% e 17,63%, respectivamente). Houve alta também nos preços das frutas (2,91%) e do arroz (1,46%).

Segundo Kislanov, “o caso da cebola tivemos uma redução da oferta nacional, principalmente do Nordeste, mas também de outros locais como São Paulo e Minas Gerais. Essa diminuição não foi coberta por importações porque não existe uma grande oferta de cebola no mercado externo. Em relação ao tomate, a oferta costuma ser afetada pelo fator clima. Nesta época do ano, a safra de inverno já está esgotada”.

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