São Paulo vendeu R$ 11 bilhões para Zona Franca de Manaus em 2017

São Paulo é o Estado que mais emprega trabalhadores a partir da atividade econômica da Zona Franca de Manaus (ZFM)

Manaus Margarida Galvão

Cerca de 267,9 mil postos de trabalho, entre diretos e indiretos, foram criados em 2017, só no Estado de São Paulo, em razão dos negócios gerados. A origem dos empregos está no fato do Estado ter vendido R$ 11 bilhões em insumos e produtos para as empresas instaladas na Zona Franca. Mas não é somente o Estado paulista que se beneficia com o modelo. No total os estados brasileiros venderam juntos para a Zona Franca o montante de R$ 31 bilhões, só no ano de 2017. As informações são do estudo, que o portal PIM Amazônia teve acesso de maneira exclusiva, feito por técnicos da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Os números revelam ainda que a Zona Franca de Manaus gerou mais de 760 mil empregos em todo o Brasil.

O economista e servidor de carreira da Suframa, Marcelo Souza Pereira, que exerce o cargo de Superintendente adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Regional da autarquia, um dos participantes do estudo, explica que a grande ideia do levantamento é demonstrar que a ZFM é um modelo de desenvolvimento pensado, alicerçado em incentivos fiscais voltados a produção. Por essa razão, o incentivo fiscal dado à ZFM é altamente produtivo. A renúncia fiscal que o governo federal estadual e até o municipal dá aos investidores é altamente produtiva, porque incentiva atividades econômicas. Pereira disse que se fala muito que a ZFM é um polo que importa demais e valoriza de menos a indústria nacional. “A gente conseguiu comprovar com o estudo que não, pois a maior parte dos insumos de produção utilizados nas cadeias de produção são provenientes do próprio país”, mencionou.

De acordo com Marcelo Pereira, muitos produtos comercializados nos Estados que compõem a ZFM – Rondônia, Acre Amapá, e Roraima – são insumos incentivados, como acontece em Manaus que também é uma área de livre comércio. No geral, Pereira avalia que as pessoas olham a capital amazonense apenas como um polo industrial, esquecendo que é área de livre comércio e como tal alguns produtos, principalmente da cesta básica e medicamentos, tem alguns incentivos para a região Norte e eles usufruem.

Na área de atuação da Suframa, fora o Amazonas, o dirigente disse que se verifica muitos números que agregam o comércio que é bem ativo nesses Estados. “No Amazonas, especificamente, a base de dados se pautou basicamente na questão da indústria, mas temos insumos e produtos finais que são comercializados no comércio local, cujos produtos são provenientes de indústrias de outras regiões do país, que são produzidos e faturados para a região amazônica com os créditos necessários e incentivados. Ou seja, o incentivo fiscal que é dado para a ZFM é dado também para o Estado de origem da produção”, sintetizou.

BENEFÍCIOS GERADOS

Segundo o economista Fabiano França, técnico que também fez parte do levantamento, o estudo teve como premissa verificar de que forma a Suframa, vinculada ao Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), beneficia a sociedade brasileira. Segundo o especialista, vários estudos sobre a forma como autarquias e empresas, beneficiam a sociedade foram verificados e um deles, que se tornou o objeto do estudo, foi o de quantificar o lucro social do modelo ZFM para o resto do Brasil.

“Com isso se chegou a esse número de 760 mil postos de trabalho entre diretos e indiretos no país”.

Para exemplificar essa relação da ZFM com os demais Estados da Federação, o economista Marcelo Pereira disse que quando fecha uma unidade fabril do PIM, que consome insumos de produção de outros locais, os fornecedores de insumos, que estão em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, sentem as consequências, porque também vão desempregar pessoas pelo fato de muitos deles produzirem quase que exclusivamente para a ZFM. “São unidades fabris que foram criadas em outros Estados que têm como clientes fábricas da ZFM”, afirmou.

O estudo completo com todos os dados e informações você encontra na edição 2018 do Anuário do Polo Industrial de Manaus.

Acesse aqui https://www.pimamazonia.com.br/anuario-do-polo-industrial-de-manaus/

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